Um estudo
realizado pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, chegou a uma
conclusão que muitas pessoas da indústria do entretenimento podem descordar: a pirataria, além de
não ser tão nociva assim para esse mercado, pode ser boa para os negócios.
É claro que a indústria do
entretenimento – do cinema, da música, dos games e muitos
outros – tenta enfrentar a pirataria com unhas e dentes, propondo medidas
muitas vezes impossíveis de serem realizadas, para impedir que seus lucros
sejam diminuídos pelo consumo “alternativo” de seus produtos.
"Para enfrentar esse problema, as empresas precisam melhorar o serviço e tornar o acesso legal a esse conteúdo mais barato, o que obviamente diminui a pirataria"
Porém, o estudo liderado pelo
pesquisador Antino Kim mostra que a pirataria pode, em muitos casos, ter um
impacto positivo no mercado de entretenimento. Em diversos casos, inclusive, o
combate duro contra essa prática pode até ser contraproducente para essa
indústria.
Quando os bens de informação são
vendidos aos consumidores através de um varejista, em certas situações, um
nível moderado de pirataria parece ter um impacto surpreendentemente positivo
nos lucros do fabricante e do varejista enquanto, ao mesmo tempo, aumenta o
bem-estar do consumidor”, conta Kim e seus colegas pesquisadores da
Universidade de Indiana.
Melhorando contra a pirataria
A série Game of Thrones,
recordista de pirataria nos últimos anos – principalmente via torrent –
mostra bem como isso funciona, criando uma espécie de “competição invisível”.
Os grandes números de downloads ilegais impedem que a produtora e as operadoras
de TV a cabo aumentem
seu preço para evitar uma quantidade ainda maior de pirataria.
"Compreender melhor como os esquemas ilegais funcionam, como o consumidor pensa e como isso tudo pode ser usado de maneira positiva"
Para enfrentar esse problema, as
empresas precisam melhorar o serviço e tornar o acesso legal a esse conteúdo
mais barato, o que obviamente diminui a pirataria, pois o acesso ao conteúdo é
muito mais fácil (e com maior qualidade) dessa maneira. Um bom exemplo disso é
como serviços como Netflix, Spotify e
outros similares diminuíram a pirataria de filmes e música respectivamente – ou
seja, é mais fácil pagar um pouquinho por um serviço realmente bom do que
baixar tudo ilegalmente.
É claro que tudo isso tem um
limite e nem sempre funciona – os pesquisadores não estão afirmando que as
empresas devem “adotar” a pirataria como uma ferramenta para serem mais
bem-sucedidas.
Porém, compreender melhor como os
esquemas ilegais funcionam, como o consumidor pensa e como isso tudo pode ser
usado de maneira positiva é uma arma que as companhias têm para melhorar o
mercado.
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