domingo, 30 de junho de 2019

'Pato robô' autônomo auxilia cultivo de arroz no Japão


Um engenheiro da fabricante de carros Nissan, Tetsuya Nakamura, desenvolveu um pequeno robô para ajudar o cultivo de arroz em Yamagata, no norte do Japão. Com um formato semelhante ao dos robôs aspiradores tradicionais, como o Roomba, o pato robô realiza uma técnica agrícola japonesa famosa no século 20, que envolve o uso das aves para movimentar a água dos arrozais, evitando o nascimento de ervas daninhas e insetos.

A máquina é um projeto pessoal de Nakamura e, apesar de ter sido divulgada pela Nissan, a empresa não revelou a intenção de reproduzir o pato em larga escala.

A iniciativa utiliza um sistema guiado por GPS para patrulhar os campos sem supervisão humana e tem duas escovas de borracha no lugar dos pés, para movimentar a água, como uma batedeira. O robô é portátil: tem apenas 60 cm de comprimento e pesa 1,5 kg. Seu nome original, Aigamo, é uma referência ao método agrícola que imita.
Em um país com falta de mão de obra e em busca de robôs trabalhadores, esse projeto representa uma alternativa sustentável e barata para os agricultores que abraçarem a iniciativa, já que ela pode funcionar com energia solar e evita a necessidade de pesticidas. Você pode conferir o pato em ação no vídeo acima, que infelizmente está em japonês e ainda não tem legendas, mas permite ter uma ideia de como o robô funciona.

Mesmo sem intenções comerciais por enquanto, a Nissan produziu um material completo de divulgação do produto, então não seria estranho se ela entrasse no mercado de robôs trabalhadores; afinal, estamos falando de uma empresa que fez um hotel em que chinelos motorizados se estacionam sozinhos.

Fontes: Engadget/Nissan

Marte 'arrotou' metano — e isso vem intrigando os cientistas


Na Terra, o metano (gás incolor, inodoro e insolúvel em água e que existe em abundância no nosso planeta) surge na natureza através de diversos processos geológicos, atmosféricos e orgânicos. Vez ou outra, esse material é detectado em Marte, e recentemente a sonda Curiosity identificou uma concentração de metano significativamente mais elevada do que o habitual, intrigando os cientistas.

"Arroto" misterioso


Segundo a NASA, há alguns dias o rover se encontrava na Cratera Gale, uma área do Planeta Vermelho rica em argila, quando seus instrumentos identificaram uma concentração de metano de 21 partículas por milhão. Essa é a maior quantidade do gás já detectada em Marte e é 3 vezes superior aos níveis registrados ao longo de vários meses em 2013, quando a presença do composto também chamou bastante atenção dos cientistas. 

(Fonte: Universe Today/Reprodução)

O curioso é que, assim como ocorreu em 2013, parece que Marte "arrotou" esse metano todo, uma vez que, antes desses dois eventos, os cientistas detectaram apenas quantidades diminutas do gás. A equipe da Agência Espacial Europeia inclusive conta com um orbitador por lá equipado com instrumentos bem mais sensíveis do que os do Curiosity para detectar o composto e não identificou nada peculiar em outras ocasiões. E por que tanta comoção por causa do tal "arroto"?

O metano é produzido como resultado de reações geológicas, geralmente liberado por falhas, vulcões em atividade e minas de carvão, estruturas que, até onde se sabe, não existem em Marte. Ademais, as principais fontes de metano (pelo menos aqui na Terra) são a putrefação anaeróbia de plantas e resíduos orgânicos (por meio da ação de inúmeros microrganismos) e a digestão de animais herbívoros, mas, até o momento, ninguém conseguiu encontrar formas de vida no Planeta Vermelho.


De onde vem?


Obviamente, os cientistas estão muito intrigados e focando seus esforços em tentar descobrir a origem do metano, e uma possibilidade é que ele escape para a atmosfera através de milhares de aberturas minúsculas presentes na superfície, mas que são invisíveis para as sondas e outras naves em órbita em Marte.

E existe a chance, ainda que pequena, de que o gás seja produzido por micróbios capazes de viver nas condições extremas do ambiente marciano, assim como de que o metano faça parte da própria composição do planeta e seja liberado periodicamente ou, ainda, que seja produzido por meio de reações químicas. Seja qual for a origem, teremos que aguardar a realização de mais observações e testes.


Macacos-prego já estão na Idade da Pedra aqui no Brasil


Nossos ancestrais começaram a desenvolver ferramentas de pedra há 2,5 milhões de anos, pelo menos, e foram refinando esses utensílios ao longo de centenas de milhares de anos até os substituírem por peças de metal – feitas primeiro de cobre, depois de bronze e, por último, ferro. Essas variações permitem que os pesquisadores tracem saltos na evolução humana, e agora o mesmo raciocínio pôde ser aplicado a um grupo de macaquinhos aqui no Brasil, cujos comportamentos revelaram que eles se encontram inseridos em plena Idade da Pedra. 

Pré-história – agora


Os animais – macacos-prego ou Sapajus libidinosus – habitam uma área remota do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, e os cientistas observaram os macaquinhos usando fragmentos arredondados de quartzo para abrir sementes e frutos secos, como a castanha-do-caju, sobre raízes de árvores ou outras pedras. O interessante é que “ferramentas” semelhantes que foram sendo descartadas ao longo do tempo foram achadas no local e, segundo as evidências, as criaturas vêm usando e adaptando esses utensílios há pelo menos 3 milênios.
 (Fonte: National Geographic/Wikimedia Commons/Tiago Falótico)

De acordo com os pesquisadores, no decorrer de 450 gerações, os macacos que se fixaram na área não só desenvolveram objetos de pedra para obter alimento, como também criaram ferramentas de tamanhos e formatos diferentes – aparentemente adaptadas para abrir sementes específicas e frutos de dimensões ou com cascas mais ou menos duras.


Evolução


Mais especificamente, as ferramentas mais antigas encontradas durante as escavações são relativamente leves e pequenas, apresentam muitos sinais de desgaste, mas poucos resíduos das castanhas-de-caju, o que sugere que as peças provavelmente eram usadas para abrir alimentos menores e difíceis de “acertar” com as pedras, resultando em mais danos aos utensílios.

Depois, por alguma razão, há cerca de 300 anos, os macacos começaram a desenvolver ferramentas bem maiores e mais pesadas, indicando que os animais passaram a focar em alimentos mais duros e difíceis de abrir. E foi só há mais ou menos 1 século que os macacos-prego mudaram o foco novamente e começaram a usar pedras específicas para quebrar as castanhas. 

(Fonte: National Geographic/Wikimedia Commons/Tiago Falótico)

O que, exatamente, levou os animais a mudarem de comportamento e buscarem diferentes fontes de comida é um mistério – talvez as castanhas-de-caju fossem menos comuns na região no passado ou os resíduos tenham desaparecido com o tempo, por exemplo –, mas os sinais de evolução parecem claros.

Ademais, é importante frisar que, embora os animais tenham implementado suas ferramentas, eles não parecem ter mudado muito a técnica utilizada para empregar os utensílios, o que permite que os cientistas apenas concluam que os macaquinhos usaram peças distintas de maneira semelhante com diferentes objetivos. Seja como for, esse é o primeiro exemplo de adaptações realizadas em ferramentas em longo prazo já identificado em não humanos, e ele pode nos ajudar a compreender a nossa própria evolução.



Trump volta atrás e companhias dos EUA poderão negociar com a Huawei


Os ventos frescos voltaram à soprar em direção à Huawei neste sábado (29) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar que empresas estadunidenses poderão voltar a vender seus produtos e serviços para a companhia chinesa. O anúncio foi feito após uma reunião de Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, durante o encontro do G20 na cidade de Osaka, Japão.

“Acordamos que as empresas dos EUA podem vender produtos para a Huawei”, declarou o mandatário do país norte-americano. Segundo ele, as companhias de seu país ficaram irritadas com a ordem assinada por ele em maio e que impôs restrições às relações entre ela e a Huawei.

“Enviamos e vendemos para a Huawei um grande número de produtos que acabam fazendo parte de muitas coisas que [a Huawei] fabrica, e eu disse que está tudo bem, continuaremos a vender esses produtos”, afirmou o empresário que comanda a Casa Branca desde 2017.

“O que eu disse é que está tudo bem, continuaremos a vender esses produtos, as empresas que os fabricam são americanas e, a propósito, é um processo muito complexo”, completou.

Ainda não fica claro, porém, se a Huawei será removida da lista de entidades que não podem comercializar com empresas dos EUA e, de acordo com Trump, novas reuniões decidirão como exatamente as companhias estadunidenses negociarão com a segunda maior fabricante de smartphones e maior empresa de infraestrutura de telecomunicaões no planeta.

“Não falamos sobre isso, temos uma reunião amanhã ou terça-feira. Eu acho que é inapropriado [falar sobre isso agora], vamos deixar para depois”, comentou o presidente dos EUA ao ser questionado sobre a saída da Huawei da lista.


Próximos passos


O anúncio feito hoje indica que empresas como GoogleARMIntel e Qualcomm poderão voltar a negociar com a Huawei. Assim, por exemplo, a fabricante chinesa terá acesso pleno a todas as novidades do Android fornecidas para parceiras da Google, sem qualquer prejuízo na distribuição de atualizações.

Contudo, é difícil crer que o recuo de Trump signifique que empresas e órgãos do governo dos EUA passarão a adquirir produtos de infraestrutura de rede da gigante chinesa. De qualquer modo, será preciso aguardar os próximos encontros entre Jinping e Trump para conhecer o desenrolar dessa novela.


China e companhias agradecem


A reação à novidade foi positiva por parte de representantes do governo chinês e da indústria de chips dos EUA.

“Se os EUA fizerem o que estão dizendo, então, é claro que vemos isso com bons olhos”, declarou o ministro de relações exteriores da China Wang Xiaolong à Reuters.

Em comunicado, o presidente da Associação de Semicondutores dos EUA John Neuffer também elogiou o acordo.

“Ficamos encorajados a retomar as negociações [com a Huawei] e as tarifas adicionais estão suspensas, estamos ansioso para obter mais detalhes sobre as observações do presidente a respeito da Huawei”, afirmou.


Cessar fogo


Este movimento anunciado hoje por Trump é parte de um “cessar fogo” na guerra comercial travada há quase um ano entre China e Estados Unidos. Parte desse novo acordo inclui a não imposição de novas tarifas por parte dos EUA aos produtos oriundos da China, que importará mais bens agrícolas do país norte-americano.


Empresas terão que prestar contas de quanto lucram com dados de usuários


Todo mundo sabe que plataformas como FacebookInstagram e Google "monitoram" os usuários por meio dos smartphones e lucram vendendo suas preferências para anunciantes. Muitos já devem ter se perguntado: o que, afinal, elas ganham com isso? E senadores estadunidenses também querem saber.

Mais especificamente, eles querem saber "quanto" as empresas ganham com a captação e o uso de informações pessoais de usuários. Para isso, uma proposta de lei bipartidária enviada ao congresso dos Estados Unidos sugere que empresas com mais de 100 milhões de usuários mensais ativos sejam obrigadas a apresentar um relatório anual sobre o valor dos dados arrecadados e o que foi feito com essas informações. 

(Foto: Pexels)

Se a lei for aprovada, as companhias de tecnologia e redes sociais como Facebook e a própria Google terão, ainda, que detalhar quais tipos de dados foram captados e abrir a possibilidade de que os usuários excluam todas as informações ou parte delas do banco de dados da plataforma.

A proposta, que visa tornar mais transparentes as relações dessas companhias com seus usuários, foi uma das poucas situações da política norte-americana capazes de agradar democratas e republicanos. O projeto parte dos senadores Mark Warner (democrata) e Josh Hawley (republicano), que encabeçam a iniciativa. 

Senadores Mark Warner e Josh Hawley, dos Estados Unidos. (Foto: Wikimedia Commons)

Pronta para ser anunciada na próxima segunda-feira (02), a lei vem sendo chamada pela imprensa dos Estados Unidos de Dashbord Act, de Designing Accounting Safeguards to Help Broaden Oversight And Regulations on Data, ou Projetando Salvaguardas de Responsabilidade para Ajudar a Ampliar a Supervisão e Regulamentação de Dados, em tradução livre.

Em um comunicado divulgado na imprensa, Warner disse que "durante anos, as empresas de mídia social disseram aos consumidores que seus produtos são gratuitos para o usuário, mas isso não é verdade. Você está pagando com seus dados em vez de sua carteira. A falta geral de transparência e divulgação nesse mercado tornou impossível para os usuários saberem o que estão entregando, com quem mais seus dados estão sendo compartilhados ou o que estes valem para a plataforma".

O governo dos EUA está preocupado também com a possibilidade de que o Facebook saiba mais sobre os cidadãos do que a própria administração pública, mas não ficou claro até agora se o Dashbord Act mudará isso de alguma forma.

Fonte: Cnet

Entrega rápida de compras na internet estaria gerando prejuízos ambientais


Segundo a companhia midiática Axios, ao contrário do que muitos imaginam, o constante crescimento nas opções de entregas rápidas em compras na internet pode estar gerando aumento na emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera terrestre — neutralizando ou negativando os benefícios que lojas online teriam no meio ambiente em comparação com as físicas.

Nos Estados Unidos, o serviço de entregas Prime Delivery da Amazon acelerou de dois para um dia o tempo para entrega de produtos. Em sequência, o Walmart e a Target apareceram com suas próprias opções de entregas “super-rápidas”.

Um relatório de sustentabilidade da United Parcel Service of America (UPS) aponta que foram emitidas 13,8 milhões de toneladas de CO2 na entrega de 5,1 bilhões de pacotes em 2017, via transportes terrestre e aéreo.

FedEx, outra grande companhia de entrega, registrou emissão de 15,1 milhões de toneladas em 2017. Já o Serviço Postal dos EUA foi responsável pela emissão de 4,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono, em 2016.
 (Fonte: Jcomp/Freepik)

“O comércio eletrônico possibilita benefícios para o meio ambiente, mas esses benefícios desaparecem à medida que as entregas se tornam cada vez mais rápidas”, comenta o professor da Universidade da Califórnia Davis, Miguel Jaller.

No Brasil, entregas de um dia para o outro ainda não são comuns. Contudo, a tendência é de que serviços como o Prime Delivery da Amazon cresçam e cheguem a mais países. 

Além disso, serviços como RappiUber Eats e iFood também pesam nessa conta e já fazem parte da realidade brasileira.

Isso não significa que o consumidor deva diminuir ou deixar de receber pedidos na comodidade de sua casa; afinal, outra tendência no exterior mostra que as grandes companhias buscam alternativas para entregas mais sustentáveis, como automóveis elétricos ou híbridos e até mesmo o uso de drones poderá ajudar nessa causa.

Fontes: Axios/Engadget

Inteligência artificial descreve receita de pizza com base em fotos


Um projeto chamado PizzaGan, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), está conseguindo fazer com que uma inteligência artificial (IA) tenha a habilidade de recriar receitas de pizza apenas olhando para fotos. A descrição do projeto indica que o objetivo é "ensinar uma máquina a fazer uma pizza ao construir um modo generativo que espelhe esse procedimento passo a passo".

Sabemos que uma pizza é feita em camadas, então os pesquisadores começaram a ensinar as máquinas a reconhecer cada uma delas e identificar os ingredientes apenas observando as imagens apresentadas. 

(Fonte: MIT/Reprodução)

A IA consegue entender a ordem em que os componentes da pizza foram postos, observando o que está mais acima no recheio  e chegando à conclusão do que foi acrescentado por último. Por exemplo, a massa tem a aparência lisa, e é desse princípio que a IA parte; então analisa a profundidade da pizza, conseguindo reconhecer recheios e "coberturas", como pepperoni, cogumelos, azeitonas etc. Assim, a inteligência artificial entende que, após a massa, foi inserido um recheio e, acima dele, os complementos da pizza. 

(Fonte: MIT/Reprodução)

Tudo isso foi desenvolvido com base em 5,5 mil fotos de pizzas escolhidas pelos pesquisadores. A partir daí, os desenvolvedores filtraram imagens pela hashtag #pizza e construíram um banco de dados gigante que ajudou a máquina a se aperfeiçoar.
(Fonte: MIT/Reprodução)

Caso queira se divertir com a IA, você pode conferi-la no site do projeto.

Fonte: PizzaGAN

Técnica de 1,4 mil anos poderia solucionar escassez de água no Peru atual


A região costeira do Peru está, literalmente, aninhada entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico. O problema é que essa área, que inclui a capital do país, Lima, é inundada por águas na estação das chuvas, mas também sofre de secas drásticas anualmente.

Essas características fazem com que a criação de culturas e animais, a indústria e a população dependa exclusivamente de águas superficiais. Porém, nem sempre foi assim, e quem sabia lidar com isso eram os povos antigos que habitavam a região. 

Uma lagoa de água como parte do sistema de infiltração pré-inca durante uma estação chuvosa. (Fonte: Pixabay)

As antigas civilizações que habitavam a região peruana por volta de 600 d.C. desenvolveram sistemas no interior das montanhas para, assim, desviar o excesso de água de chuvas e nascentes para as encostas de rochas e montanhas.

Com isso, essa água desviada na época de abundância demoraria meses para passar por todo o sistema até surgir rio abaixo e exatamente no período em que seca começava.

Integração do conhecimento indígena e científico

O mais curioso é que, mesmo se sabendo que esse sistema nas montanhas funcionava (até porque até hoje existem lagos que se enchem por meio dele), não existe nenhum movimento por parte do governo ou da empresa responsável pelo abastecimento.

Apesar de ter que ser refeito e modernizado, é perfeitamente funcional e, de acordo com legislação do país, ainda haveria outros benefícios, pois em 2014 foi aprovada uma lei que oferece incentivos para projetos que tragam soluções e serviços ecossistêmicos — aqueles que trabalham com esforços do próprio ecossistema natural para auxiliar na obtenção de água e comida, controle de pragas, doenças e controle climático.

Por outro lado, isso não significa que as agências federais ou municipais do Peru não estejam prontas para agregar esse conhecimento de povos antigos na atualidade.

Algumas agências chegam a informar que ainda não investiram por falta de dados concretos sobre a funcionalidade em diversas áreas. Porém, segundo pesquisadores e geólogos, se houvesse mais interesse e investimentos, é bem provável que eles já tivessem sido obtidos.

Fontes: Arstechnica


sábado, 29 de junho de 2019

J.R.A.FOTO-CRÍTICA: DUMBO



Por João Ramiro Antunes

Não é novidade que a Disney decidiu refazer seus clássicos filmes animados em versões live action, e esse ano tivemos a de Dumbo que acaba de sair pra home vídeo. 
Holt Ferrier é uma ex-estrela de circo que retorna da guerra e encontra seu mundo virado de cabeça pra baixo. O circo em que trabalhava está passando por grandes dificuldades, e ele encarregado de cuidar de um elefante recém-nascido, cujas orelhas gigantes fazem dele motivo de piada. No entanto, os filhos de Holt descobrem que o pequeno elefante é capaz de uma façanha enorme: Voar.
A direção dessa adaptação fica por conta de Tim Burton, que dispensa apresentações, e aqui além de nós proporcionar o reencontro de Michael Keaton e Denny DeVito (Batman o retorno 1992) faz um ótimo trabalho na condução desse filme, com sua estética visual única. 
Como de costume, a direção de arte está fantástica, a reconstrução de época e dos grandes circos é de encher os olhos, evocando toda aquela magia e nostalgia de antigamente e a trilha sonora de seu fiel compositor Danny Elfman, casa perfeitamente com a proposta, tornando recompensador ver a alma do Burton inserida nesse projeto como não via desde muito tempo.
 
A animação Dumbo de 1941, senti bem representada aqui, mesmo apenas na primeira parte do longa, não só em essência, mas com cenas icônicas refeitas com muito carinho e respeito, apesar de retirar alguns elementos e personagens que acredito, simplesmente não funcionariam hoje.
Assim como em Alice no País das Maravilhas de 2010, foi dada uma continuidade na história, apesar de clichê, no geral não me incomodou, pois o que realmente interessava está lá, o Dumbo. 
O elefantinho orelhudo está perfeito, não só na sua concepção digital ultra realista, mas em sua personalidade, ele é puro, fofo, carismático, com olhos tão expressivos que é capaz de sabermos o que está sentindo só em olhar e o principal, nos importamos com ele, torcemos, sentimos medo, pena e nos emocionamos com ele.
O elenco é bom, eu gostei bastante do Colin Farrell como o bondoso e correto Holt, e seus filhos Millie e Joe, apesar de ter achado a atriz Nico Park que faz a menina um pouco "robótica" na sua interpretação, o Veterano Denny DeVito que manda bem como o ranzinza Medici, dono do circo.
Eu adorei a Eva Green, ela está linda de trapezista, é forte, corajosa, pra mim foi uma grata surpresa vê-la num papel sem aquela sexualizada costumeira dada na atriz.
Já o magnata Vandemere (Michael Keaton) está bem, representando as "grandes corporações ou o vilão", mas infelizmente na maior parte do tempo soa caricato demais.

Dumbo não é minha animação favorita da Disney, nem meu live action, mas eu gostei, me divertiu, me emocionou,  me impressionou com sua cenas de vôo encantadoras, tem produção e direção excelentes e me entregou o ar de fantasia que necessitava. 

NOTA: 8/10

Assista o Trailer:


Ficha técnica completa


TítuloDumbo (Original)
Ano produção2019
Dirigido por
Estreia
28 de Março de 2019 ( Brasil )
Outras datas 
Duração112 minutos
Classificação
Gênero
Países de OrigemEstados Unidos da América