quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Google usou malandragem na App Store para distribuir app espião a usuários


Ontem (30), o Facebook foi alvo de uma nova polêmica após vir à tona que a rede social pagava jovens usuários para espioná-los por meio do app Facebook Research. Hoje (31) é a vez da Google passar pela mesmíssima situação.

Segundo o TechCrunch, a Gigante da Web usava o app Screenwise Meter para trocar vale-presentes por dados e, assim como o Facebook, também teria violado as diretrizes da App Store. A Google distribuía o aplicativo como se ele fosse um serviço interno da empresa para poder coletar informações dos usuários, algo que a loja de apps da Apple não permite em programas oferecidos ao grande público.

Para levar a cabo o “drible” nas defesas da App Store, a Google pedia que usuários com mais de 18 anos baixassem o Screenwise Meter e usassem um código especial durante a configuração. Esse código era o Certificado de Empresa da Apple, que atestava para o sistema o uso do app por alguém de dentro da Google.


Google se desculpa


Em resposta à descoberta da violação das diretrizes da App Store, a Google pediu desculpas e afirmou que tudo não passou de um mal-entendido.

“O app Screenwise Meter para iOS não deveria ter operado sob o programa de empresa desenvolvedora da Apple — isso foi um equívoco e nós pedimos desculpas”, informou a companhia em comunicado.

“Nós desativamos este app nos dispositivos iOS. Ele é e sempre foi totalmente voluntário. Fomos sinceros com os usuários sobre a maneira como usamos os seus dados neste aplicativo, não temos acesso a dados criptografados em apps e dispositivos e os usuários podem deixar o programa a qualquer momento”, concluiu.


Transparência mas nem tanto


A sinceridade da Google com os usuários não é questionável, afinal a companhia de fato era bem clara sobre o que coletava e a forma como isso era usado. Ela tinha até mesmo uma espécie de "modo privado" que impossibilitava qualquer identificação de quem participava do programa.

Para além das questões de privacidade que estão implícitas neste caso, porém, fato é que a companhia usou de artifícios nada honestos para distribuir tal app ao público e oferecer a eles a chance de ganhar algum dinheiro em troca do monitoramento de suas atividades.

Vale lembrar que, ontem, após o caso do Facebook vir à tona, a Apple revogou as credenciais de empresa desenvolvedora da rede social dentro da App Store, o que teria limitado, inclusive, o funcionamento de versões para desenvolvedores de alguns apps da empresa. Até o momento, a Maçã não se pronunciou sobre o caso da Google, mas é de se esperar que a reação seja semelhante à desta quarta-feira.

Fonte: www.tecmundo.com.br

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