Em um novo artigo publicado
na Science Robotics, engenheiros suíços apresentaram um sistema que ensina um
robô a se mover mais rápido do que nunca, enquanto tenta evitar ser derrubado.
Ele também é capaz de se levantar se cair no chão. Existem vários vídeos na web
com robôs se equilibrando para não cair, mas, no caso citado, esses novos robôs
não tiveram os movimentos programados. Eles simplesmente aprendem novos movimentos
por si só.
O ANYmal foi originalmente projetado
por pesquisadores do Robotic Systems Laboratory, do Instituto Federal de
Tecnologia da Suíça (ETH Zurich). Desde então, têm sido comercializados como
parte da empresa ANYbotics, fundada em 2016, e continua a ganhar melhorias.
Ao contrário de muitos dos robôs de
quatro pernas que existem hoje, este robô à prova d'água foi projetado
especificamente para viagens em áreas de difícil acesso, como florestas,
complexos industriais e paisagens com neve. De acordo com a ANYbotics, ele já
pode ser usado para alcançar lugares perigosos onde humanos não podem ir, e até
para missões de busca e salvamento. Ele até já fez uma ponta em
um episódio da série X-Files no
ano passado.
Embora os robôs de
quatro pernas sejam mais ágeis e com melhor coordenação do que seus
equivalentes de duas pernas, ainda há muito espaço para melhorias. Uma das
soluções que a robótica encontrou é uma forma de aprendizado de máquina chamado
aprendizado por reforço.
Esse método permite que os robôs
treinem por si mesmos por meio de um modelo de tentativa e erro, para encontrar
a melhor maneira de executar uma tarefa, como caminhar. Em suma, aprender por
reforço permitiria ao robô quase "pensar" e aprender como um animal,
com sua própria lógica interna.
No entanto, usar o aprendizado por
reforço com um robô com pernas não é uma tarefa fácil, já que tanto o autômato,
quanto seus movimentos são muito complexos. Até agora, os cientistas se limitaram
a fazer essas simulações por computador. "Mas usar os dados dessas
simulações para treinar robôs reais também é difícil", diz Jemin Hwangbo,
cientista do Robotic Systems Laboratory da ETH Zurich.
"Tem sido extremamente complexo
desenvolver políticas de controle para robôs tão sofisticados", disse ele.
"Existem inúmeras situações com as quais um desses robôs pode se
encontrar, e é quase impossível projetar uma lógica de controle que cubra todos
eles."
No artigo, Hwangbo e sua equipe
escreveram como desenvolveram uma rede neural que lhes permitiu mover os dados
da simulação para o robô com mais facilidade e eficiência do que antes.
Essas simulações
foram quase mil vezes mais rápidas do que teriam sido no mundo real. A equipe
disse que eles também foram capazes de reduzir o poder de computação necessário
para fazer uma simulação como essa, e que isso poderia ser feito com um
computador comum.
Seus últimos resultados, que
mostraram em uma série de vídeos, são realmente impressionantes (e também um
pouco assustadores). O último robô da ANYmal foi capaz de melhorar seu recorde
de velocidade em 25% e foi capaz de processar as ordens com mais precisão. Ele
permaneceu em pé, enquanto os pesquisadores faziam todo o possível para
derrubá-lo. Também conseguia se levantar depois de cair no chão, o que, segundo
a equipe, nunca havia sido observado em um robô de quatro patas com esse nível
de complexidade.
Além disso, de acordo com Hwango, seu
sistema deve funcionar em qualquer robô da ANYmal. Segundo os pesquisadores,
isso poderia ajudar qualquer robô de quatro patas a se levantar. Mas ainda há
muito trabalho a ser feito para que o robô tenha agilidade em uma ampla gama de
situações.
"Os princípios que apresentamos
neste documento são apenas para um terreno uniforme", disse ele.
"Para atravessar terrenos
difíceis e não estruturados, precisamos de sensores de visão e um sistema
adequado para processar suas informações. Estamos trabalhando nesse sentido e
esperamos ter uma solução mais versátil em breve".
Enquanto isso, vamos esperar que
esses robôs não lembrem de nada da violência que cometemos contra eles em nome
da Ciência. :))
Fonte: www. olhardigital.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário