Os
ventos frescos voltaram à soprar em direção à Huawei neste sábado (29) após o
presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, anunciar que empresas estadunidenses poderão voltar a vender seus
produtos e serviços para a companhia chinesa. O anúncio foi feito após uma
reunião de Trump com o presidente chinês, Xi Jinping, durante o encontro do G20
na cidade de Osaka, Japão.
“Acordamos que as empresas dos EUA podem vender
produtos para a Huawei”,
declarou o mandatário do país norte-americano. Segundo ele, as companhias de
seu país ficaram irritadas com a ordem
assinada por ele em maio e que impôs restrições às relações entre ela
e a Huawei.
“Enviamos e
vendemos para a Huawei um grande número de produtos que acabam fazendo parte de
muitas coisas que [a Huawei] fabrica, e eu disse que está tudo bem,
continuaremos a vender esses produtos”, afirmou o empresário que comanda a Casa
Branca desde 2017.
“O que eu disse é que está tudo bem,
continuaremos a vender esses produtos, as empresas que os fabricam são
americanas e, a propósito, é um processo muito complexo”, completou.
Ainda não fica
claro, porém, se a Huawei será removida da lista de entidades que não podem
comercializar com empresas dos EUA e, de acordo com Trump, novas reuniões
decidirão como exatamente as companhias estadunidenses negociarão com a segunda
maior fabricante de smartphones e maior empresa de infraestrutura de
telecomunicaões no planeta.
“Não falamos sobre isso, temos uma
reunião amanhã ou terça-feira. Eu acho que é inapropriado [falar sobre isso
agora], vamos deixar para depois”, comentou o presidente dos EUA ao ser
questionado sobre a saída da Huawei da lista.
Próximos passos
O anúncio feito hoje indica que
empresas como Google, ARM, Intel e Qualcomm poderão
voltar a negociar com a Huawei. Assim, por exemplo, a fabricante chinesa terá
acesso pleno a todas as novidades do Android fornecidas
para parceiras da Google, sem qualquer prejuízo na distribuição de
atualizações.
Contudo, é difícil crer que o recuo
de Trump signifique que empresas e órgãos do governo dos EUA passarão a
adquirir produtos de infraestrutura de rede da gigante chinesa. De qualquer
modo, será preciso aguardar os próximos encontros entre Jinping e Trump para
conhecer o desenrolar dessa novela.
China e companhias agradecem
A reação à novidade foi positiva por
parte de representantes do governo chinês e da indústria de chips dos EUA.
“Se os EUA fizerem o que estão
dizendo, então, é claro que vemos isso com bons olhos”, declarou o ministro de
relações exteriores da China Wang Xiaolong à Reuters.
Em comunicado, o presidente da
Associação de Semicondutores dos EUA John Neuffer também elogiou o acordo.
“Ficamos encorajados a retomar as
negociações [com a Huawei] e as tarifas adicionais estão suspensas, estamos
ansioso para obter mais detalhes sobre as observações do presidente a respeito
da Huawei”, afirmou.
Cessar fogo
Este movimento anunciado hoje por
Trump é parte de um “cessar fogo” na guerra comercial travada há
quase um ano entre China e Estados Unidos. Parte desse novo acordo
inclui a não imposição de novas tarifas por parte dos EUA aos produtos oriundos
da China, que importará mais bens agrícolas do país norte-americano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário