quinta-feira, 27 de junho de 2019

Nintendo, Microsoft e Sony se unem contra aumento de impostos nos EUA


MicrosoftSony e Nintendo se uniram em uma carta conjunta contra os aumentos de impostos dos Estados Unidos sobre produtos importados da China. 

A proposta do governo Donald Trump, parte da guerra comercial que ele vem travando com o país asiático, prevê mais do que a duplicação dos tributos atuais sobre o setor, que são de 10%, e podem chegar a 25% caso seja aprovada. Quem gosta de games no Brasil sabe muito bem o impacto que uma alta cobrança de impostos pode gerar sobre o mercado.

No texto, as fabricantes afirmam que o aumento nos tributos gerará “danos desproporcionais” a uma indústria que depende, em sua maioria, de mão de obra chinesa. De todos os consoles vendidos em 2018 no mundo, 96% foram importados do país asiático. O texto também fala que as margens de lucro atuais são pequenas e que, com um incremento nos impostos, o valor teria que ser inevitavelmente repassado aos consumidores.

Com isso, viria uma inevitável queda nas vendas, que entraria no caminho da inovação e impediria as empresas de tomarem maiores riscos ou investirem em novas tecnologias. A apelação conjunta entre Microsoft, Sony e Nintendo também cita termos do próprio vocabulário de Trump, indicando que, com uma baixa na penetração desse mercado, milhares de empregos nos Estados Unidos estariam sendo colocados em risco, uma vez que as fabricantes teriam que reduzir ou enxugar suas operações.

O texto, entretanto, falha em se opor diretamente às tarifas e, sim, pede que o mercado de games seja uma exceção aos novos tributos devido, entre outros fatores, ao ecossistema criado. As vendas, a penetração, as redes e demais sistemas disponíveis nos consoles levaram à criação de todo um mercado, que engloba desenvolvedores e distribuidores de todos os tamanhos. Todos, afirmam as empresas, seriam prejudicados de forma bastante dura com um aumento nos tributos.

Novamente falando em empregos, as companhias citam que outras empresas não necessariamente ligadas à Sony, Microsoft e Nintendo também sofreriam. Vendas menores de consoles também implicariam em números reduzidos para os games, atingindo produtoras do setor e modificando o mercado de forma bastante negativa.

A carta, ainda, discorda de um dos principais argumentos da administração Trump, de que o aumento nas tarifas serviria para proteger a propriedade intelectual americana. Muito pelo contrário, afirmam as empresas, pelo menos no caso dos videogames, não existem concorrentes diretos no mercado chinês ou cópias dos aparelhos de atual geração, com os próprios sistemas antipirataria dos dispositivos e a complexidade deles funcionando bem nesse sentido.

As companhias lembram, ainda, o fato de que vídeo games estão bem longe de estarem entre as prioridades das práticas comerciais chinesas, mais um motivo pelo qual uma exceção deve ser aplicada ao setor. A carta é assinada pelos diretores de negócios das três companhias e foi enviada a Joseph Barloon, líder do escritório americano de comércio exterior. O governo americano não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.



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