Pegadas que datam
de 14 mil anos atrás foram encontradas por um grupo de arqueólogos e
pesquisadores na região de Bàsura, no norte da Itália. Além de estarem quase
intactas, as marcas deixadas na argila revelam um pouco sobre o comportamento
de nossos ancestrais e abrem portas para outros estudos.
As marcas foram encontradas em uma
caverna, e, de acordo com os pesquisadores, foram feitas por um grupo formado
por cinco pessoas sem nenhum tipo de proteção nos pés. Pelo tamanho das marcas,
foi possível avaliar que se tratavam de dois adultos, um pré-adolescente e duas
crianças.
Fonte: Isabella Salvador
Como viviam esses humanos
Desde meados dos anos 1950,
pesquisadores e arqueólogos sabem que na região denominada de Grotta dela
Bàsura havia presença humana durante a Idade da Pedra. Porém, essa foi a
primeira vez em que foi possível aplicar uma tecnologia de ponta para analisar as
características e todas as particularidades das pegadas deixadas na argila e
obter informações detalhadas graças à qualidade delas.
Para realizar o processo de estudo,
os pesquisadores fizeram análise geoquímica e de sedimentos, varreduras a
laser, arqueobotânica e, por fim, uma modelagem 3D das marcas para um estudo
mais detalhado. Por meio dessa descoberta, os arqueólogos conseguiram
chegar à conclusão de que até mesmo as crianças mais novas se mantinham muito
ativas naquele período.
É importante observar que estamos
falando de uma época em que as atividades do "dia a dia" envolviam
encontrar alimentos, caçar e lidar com potenciais inimigos, como animais,
durante a noite.
Celebração
O meio científico do mundo inteiro
reconheceu a importância dessa descoberta, o peso histórico e a perfeição das
marcas, que impressionam. As
pegadas estavam mais próximas da parede da caverna, o que indica que o grupo
esteve ali durante a noite, uma vez que esse comportamento visava oferecer mais
segurança no percurso.
No teto da caverna, em determinada
parte, os arqueólogos encontraram marcas indicando que o grupo foi forçado a
rastejar. O mais interessante
de tudo é que foram tantas marcas deixadas — 180 ao todo — que analisar o que
ocorreu naquele exato momento do Paleolítico Superior se
tornou muito mais fácil.
Para se ter ideia da precisão, foi
possível saber que, além de andar descalço, o grupo parecia não contar com
nenhum tipo de roupa ou proteção para o corpo. E que, além disso, eles
caminharam por uma extensão de 150 metros de forma separada e depois, pelas
necessidades do local, foram obrigados a formar fila única, sendo que o último
era a criança mais nova.
Por falar em crianças, os
pesquisadores afirmam que pegadas delas se tornaram muito comuns a partir desse
período. Um dos principais motivos para isso seria o fato de que elas
superavam, em número, os adultos.
Fonte: Arstechnica
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