Faz um bom
tempo que a ciência sabe
que bactérias que prejudicam o organismo humano ficam mais resistentes aos
antibióticos com o passar do tempo. Porém, essa preocupação ganhou mais um
fator de alerta: os microrganismos presentes em insetos voadores que circulam
em hospitais também estão mais fortes contra esses medicamentos.
A mais recente pesquisa sobre o
tema foi divulgada na semana passada em uma publicação do Journal of Medical Entomology. De
acordo com os dados obtidos, de cada dez insetos capturados em um grupo de
hospitais britânicos, nove carregavam algum tipo de germe problemático, dentre
os quais bactérias prejudiciais ao organismo humano, como Staphylococcus aureus, Salmonella e E.coli.
As análises foram conduzidas por estudantes e
pesquisadores da Universidade de Aston, que, para a
pesquisa, recolheram cerca de 20 mil amostras de insetos, incluindo moscas
domésticas.
(Fonte: Pixabay)
Os testes microbiológicos
constataram que 53% das bactérias encontradas nos insetos apresentavam
resistência a um ou mais tipos de antibióticos. Entre esse percentual, 19% se
mostraram resistentes a múltiplos antibióticos.
53% das bactérias
encontradas nos insetos apresentavam resistência a um ou mais tipos de
antibióticos
Já em relação aos medicamentos
propriamente ditos, a penicilina, que se encontra entre os mais usados, foi
apontada como um dos antibióticos menos eficazes para contra-atacar os germes
problemáticos desses insetos.
Conforme uma das principais
autoras da pesquisa, Federica
Boiocchi, o primeiro ponto a ser observado é que essa análise em grande escala
deixa claro que os insetos voadores de hospitais do Reino Unido trazem em seu
interior bactérias patogênicas das mais variadas espécies. O segundo ponto é que o alto
percentual de bactérias resistentes a drogas reforça ainda mais o alerta de que
estamos utilizando antibióticos em excesso nos serviços de saúde e isso está
tornando mais difícil o tratamento de determinadas infecções.
Por fim, os pesquisadores
destacaram que se concentraram nos insetos voadores, como as moscas, porque,
entre as espécies que se reproduzem em hospitais, como formigas e baratas, essa
era a categoria sobre a que menos se sabia.
Fonte: PIXABAY
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