Na
Terra, o metano (gás incolor, inodoro e insolúvel em água e que existe em
abundância no nosso planeta) surge na natureza através de diversos processos
geológicos, atmosféricos e orgânicos. Vez ou outra, esse material é detectado
em Marte, e recentemente a sonda Curiosity identificou uma concentração de
metano significativamente mais elevada do que o habitual, intrigando os
cientistas.
"Arroto" misterioso
Segundo a NASA, há alguns
dias o rover se encontrava na Cratera Gale, uma área do Planeta Vermelho rica
em argila, quando seus instrumentos identificaram uma concentração de metano de
21 partículas por milhão. Essa é a maior quantidade do gás já detectada em
Marte e é 3 vezes superior aos níveis registrados ao longo de vários meses em
2013, quando a presença do composto também chamou bastante atenção dos
cientistas.
(Fonte: Universe Today/Reprodução)
O curioso é que, assim como ocorreu
em 2013, parece que Marte "arrotou" esse metano todo, uma vez que,
antes desses dois eventos, os cientistas detectaram apenas quantidades
diminutas do gás. A equipe da Agência Espacial Europeia inclusive conta com um
orbitador por lá equipado com instrumentos bem mais sensíveis do que os do
Curiosity para detectar o composto e não identificou nada peculiar em outras
ocasiões. E por que tanta comoção por causa do tal "arroto"?
O metano é produzido como resultado
de reações geológicas, geralmente liberado por falhas, vulcões em atividade e minas
de carvão, estruturas que, até onde se sabe, não existem em Marte. Ademais, as
principais fontes de metano (pelo menos aqui na Terra) são a putrefação
anaeróbia de plantas e resíduos orgânicos (por meio da ação de inúmeros
microrganismos) e a digestão de animais herbívoros, mas, até o momento, ninguém
conseguiu encontrar formas de vida no Planeta Vermelho.
De onde vem?
Obviamente, os cientistas estão muito
intrigados e focando seus esforços em tentar descobrir a origem do metano, e
uma possibilidade é que ele escape para a atmosfera através de milhares de
aberturas minúsculas presentes na superfície, mas que são invisíveis para
as sondas e outras naves em órbita em Marte.
E existe a chance, ainda que pequena,
de que o gás seja produzido por micróbios capazes de viver nas condições
extremas do ambiente marciano, assim como de que o metano faça parte da própria
composição do planeta e seja liberado periodicamente ou, ainda, que seja
produzido por meio de reações químicas. Seja qual for a origem, teremos que
aguardar a realização de mais observações e testes.
Fontes: Extreme Tech / Ryan Whitwa
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