A região costeira
do Peru está, literalmente, aninhada entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano
Pacífico. O problema é que essa área, que inclui a capital do país, Lima, é
inundada por águas na estação das chuvas, mas também sofre de secas drásticas
anualmente.
Essas características fazem com que a
criação de culturas e animais, a indústria e a população dependa exclusivamente
de águas superficiais. Porém, nem sempre foi assim, e quem sabia lidar com isso
eram os povos antigos que
habitavam a região.
Uma lagoa
de água como parte do sistema de infiltração pré-inca durante uma estação
chuvosa. (Fonte: Pixabay)
As antigas
civilizações que habitavam a região peruana por volta de 600 d.C. desenvolveram
sistemas no interior das montanhas para, assim, desviar o excesso de água de
chuvas e nascentes para as encostas de rochas e montanhas.
Com isso,
essa água desviada na época de abundância demoraria meses para passar por todo
o sistema até surgir rio abaixo e exatamente no período em que seca começava.
Integração do conhecimento indígena e
científico
O mais
curioso é que, mesmo se sabendo que esse sistema nas montanhas funcionava (até
porque até hoje existem lagos que se enchem por meio dele), não existe nenhum
movimento por parte do governo ou da empresa responsável pelo abastecimento.
Apesar de
ter que ser refeito e modernizado, é perfeitamente funcional e, de acordo com
legislação do país, ainda haveria outros benefícios, pois em 2014 foi aprovada
uma lei que oferece incentivos para projetos que tragam soluções e serviços
ecossistêmicos — aqueles que trabalham com esforços do próprio ecossistema
natural para auxiliar na obtenção de água e comida, controle de pragas, doenças
e controle climático.
Por outro
lado, isso não significa que as agências federais ou municipais do Peru não
estejam prontas para agregar esse conhecimento de
povos antigos na atualidade.
Algumas
agências chegam a informar que ainda não investiram por falta de dados
concretos sobre a funcionalidade em diversas áreas. Porém, segundo
pesquisadores e geólogos, se houvesse mais interesse e investimentos, é bem
provável que eles já tivessem sido obtidos.
Fontes: Arstechnica
Nenhum comentário:
Postar um comentário