Cidadãos de Hong
Kong foram às ruas na última quarta-feira (12) para protestar contra um projeto
de lei que facilita a extradição para a China de pessoas condenadas por crimes.
A manifestação foi coordenada por ferramentas de comunicação digital,
provocando repressão por parte das autoridades, por isso os manifestantes criaram
estratégias para a utilização de aplicativos e dispositivos com o objetivo de
diminuir os impactos da perseguição do governo.
Uma das estratégias foi desabilitar o
desbloqueio facial ou por impressão digital dos celulares. A medida funciona
porque as leis de Hong Kong barram a produção de provas contra si mesmo,
impedindo que a polícia exija que as pessoas forneçam a senha de desbloqueio,
por exemplo. No entanto, as autoridades podem ser capazes de usar os dedos dos
usuários ou apontar os smartphones para o rosto deles, a fim de liberar os
dispositivos de forma biométrica.
Outra alteração foi utilizar
mensagens encriptadas no Telegram.
O criador do aplicativo, Pavel Durov, reportou em seu perfil no Twitterum
ataque que coincidia com o horário dos protestos em Hong Kong. A plataforma
disse, porém, que conseguiu estabilizar a situação.
IP addresses coming mostly from China. Historically, all state actor-sized DDoS (200-400 Gb/s of junk) we experienced coincided in time with protests in Hong Kong (coordinated on @telegram). This case was not an exception.
2.886 pessoas estão falando sobre isso
Os manifestantes mudaram
até mesmo a forma de utilizar o transporte público. Em vez de usar os passes
diários, eles compraram bilhetes avulsos e pagaram em dinheiro. Com isso,
tornam mais difícil que a polícia soubesse onde eles estavam durante os
protestos.
Qual
foi o motivo da manifestação?
Embora Hong Kong
seja parte da China, a ilha tem leis próprias que seguem o estilo da legislação
britânica. Há diferenças entre elas, como a ausência de pena de morte, que
existe na China continental. O temor é que, se houver mudança nas regras de
extradição, os cidadãos possam ser retirados da ilha pelas autoridades chinesas
devido a retaliações políticas. Já os defensores da lei dizem que Hong Kong
pode se tornar um paraíso para criminosos caso as alterações não sejam
aprovadas.
Fontes: Fast
Company/CNN
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