sexta-feira, 26 de julho de 2019

Polícia europeia manda jovens hackers para cursos, e não para prisão


Um hacker algemado nem sempre é o resultado que a polícia da Europa almeja quando soluciona cybercrimes — principalmente se o infrator é um jovem. A abordagem não punitiva de crimes praticados via web é real no Reino Unido e na Holanda, países nos quais foi criada uma campanha de intervenção legal para infratores primários em crimes cibernéticos.

O projeto está em andamento desde o ano passado e se chama Hack_Right, destinado a jovens de 12 a 23 anos de idade e já beneficiou mais de 400 hackers iniciantes só no Reino Unido.

Cibercrime não é um problema de aplicação da lei, e sim social

Segundo o líder nacional de prevenção na Unidade Nacional de Crimes Cibernéticos da Agência Nacional de Crimes, Gregory Francis, "encontramos esses jovens e os colocamos em clubes de computação antes de investigá-los e prendê-los. Cibercrime não é um problema de aplicação da lei, e sim social".

Hackear para impressionar

A idade média dos acusados é 19 anos, de acordo com uma das conselheiras da Unidade Nacional de Crimes da Holanda, Floor Jansen. Segundo ela, a taxa de reincidência em infrações cibernéticas é relativamente baixa se comparada a outros crimes. A razão é que muitos hackers estão apenas querendo mostrar suas habilidades online e impressionar os amigos, roubando uma senha ou invadindo um site, por exemplo.

"A maioria dos infratores frequenta fóruns, comprando às claras ferramentas de acesso remoto por US $ 40 [cerca de R$ 120]. Nesse processo, podem até ligar para um help desk, então não parece ilegal".

Quando recebe um desses cibercrimes, a polícia visita o suspeito e explica o que aconteceu. Em vez de ameaçarem o jovem com um processo, os agentes o incluem em um curso de 10 a 20 horas de treinamento ético em informática, no quais os hackers têm contato com profissionais que apontam carreiras se a informática (e não a transgressão) for o que mais interessa.

Para se qualificarem para o programa, os suspeitos devem confessar à polícia o que fizeram, serem primários e estarem dispostos a mudar.

Fonte: Cyberscoop

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