Um hacker algemado nem sempre é o resultado que a
polícia da Europa almeja quando soluciona cybercrimes — principalmente se o
infrator é um jovem. A abordagem não punitiva de crimes praticados via web é
real no Reino Unido e na Holanda, países nos quais foi criada uma campanha de
intervenção legal para infratores primários em crimes cibernéticos.
O projeto
está em andamento desde o ano passado e se chama Hack_Right, destinado a jovens
de 12 a 23 anos de idade e já beneficiou mais de 400 hackers iniciantes só no
Reino Unido.
Cibercrime
não é um problema de aplicação da lei, e sim social
Segundo o
líder nacional de prevenção na Unidade Nacional de Crimes Cibernéticos da
Agência Nacional de Crimes, Gregory Francis, "encontramos esses jovens e
os colocamos em clubes de computação antes de investigá-los e prendê-los.
Cibercrime não é um problema de aplicação da lei, e sim social".
Hackear para impressionar
A idade
média dos acusados é 19 anos, de acordo com uma das conselheiras da Unidade
Nacional de Crimes da Holanda, Floor Jansen. Segundo ela, a taxa de
reincidência em infrações cibernéticas é relativamente baixa se comparada a
outros crimes. A razão é que muitos hackers estão apenas querendo mostrar suas
habilidades online e impressionar os amigos, roubando uma senha ou invadindo um
site, por exemplo.
"A
maioria dos infratores frequenta fóruns, comprando às claras ferramentas de
acesso remoto por US $ 40 [cerca de R$ 120]. Nesse processo, podem até ligar
para um help desk, então não parece ilegal".
Quando
recebe um desses cibercrimes, a polícia visita o suspeito e explica o que
aconteceu. Em vez de ameaçarem o jovem com um processo, os agentes o incluem em
um curso de 10 a 20 horas de treinamento ético em informática, no quais os
hackers têm contato com profissionais que apontam carreiras se a informática
(e não a transgressão) for o que mais interessa.
Para se
qualificarem para o programa, os suspeitos devem confessar à polícia o que
fizeram, serem primários e estarem dispostos a mudar.
Fonte: Cyberscoop
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