quinta-feira, 18 de julho de 2019

Especialista em filmes desmente 8 teorias que rejeitam a chegada à Lua


Nesta semana comemoramos os 50 anos que o homem pisou na Lua. Mas mesmo com todos os registros audiovisuais, fotos, relatos e várias outras provas, ainda tem bastante gente que não acredita nesse fato histórico. Pior: dizem que que se tratar de efeitos especiais e gravações em um estúdio — até mesmo com ajuda do já falecido diretor Stanley Kubrick, autor de 2001: Uma Odisseia no Espaço.

Howard Berry, cineasta e conferencista — que já trabalhou em produções como Zona Verde, Scott Pilgrim Contra o Mundo, Anjos e Demônios, entre outros — escreveu um artigo no Quartz, justamente para desmentir as principais teorias que atribuem o acontecimento a uma “farsa criada em Hollywood”.

Veja o que ele fala a respeito das principais “teorias”.


1. “Os pousos na Lua foram todos gravados em estúdio de TV”

Um filme cinematográfico padrão grava imagens a 24 quadros por segundo, enquanto a transmissão de TV geralmente é de 25 ou 30 quadros, dependendo de onde você estiver no mundo. 

Se concordarmos com a idéia de que os desembarques na Lua foram gravados em um estúdio de TV, então esperamos que eles sejam um registro de 30 quadros por segundo, que era o padrão de televisão na época. No entanto, sabemos que o vídeo do primeiro pouso foi captado a dez quadros por segundo com uma câmera especial ("Slow Scan Television", ou SSTV, "Televisão de Varredura Lenta").


2. “Usaram a câmera especial da Apollo em um estúdio e depois reduziram a velocidade para parecer que havia menos gravidade”

Algumas pessoas podem argumentar que quando você olha para as pessoas se movendo em câmera lenta, parecem estar em um ambiente de baixa gravidade. Retardar o filme requer mais quadros do que o normal, para isso você precisa de uma câmera capaz de capturar mais quadros por segundo — isso é chamado de “overcranking”. 

Quando essa gravação é reproduzida na taxa normal de quadros, ela é exibida por mais tempo. Se você não usa o “overcrank”, pode diminuir artificialmente a metragem. Mas, para isso, é preciso armazenar os quadros e gerar outros extras, desacelerá-los.
Fonte: NASA/Reprodução

No momento da transmissão, os gravadores de discos magnéticos capazes de armazenar filmagens em câmera lenta só podiam capturar 30 segundos no total, para uma reprodução de 90 segundos de vídeo em câmera lenta. Para registrar 143 minutos (tempo de duração da filmagem da Apollo 11) em câmera lenta, seria necessário gravar e armazenar 47 minutos de ação ao vivo, o que simplesmente não era possível. 


3. “Eles poderiam ter um gravador com armazenamento avançado para criar filmagens em câmera lenta. Todo mundo sabe que a NASA recebe a tecnologia antes do público”

Bem, talvez eles tivessem um gravador de armazenamento extra secreto — mas um quase 3 mil vezes mais avançado? Duvidoso. 


4. “Eles filmaram e desaceleraram o que foi registrado. Você pode ter quantos filmes quiser para fazer isso. Então eles converteram o conteúdo para ser exibido na TV”

Finalmente um pouco de lógica! Mas usar filme para isso exigiria milhares de metros na bobina. Um rolo típico de 35 mm — a 24 quadros por segundo — dura 11 minutos e tem 305 metros de comprimento. 

Se aplicarmos isso a um filme de 12 quadros por segundo (o mais próximo de dez que conseguiremos com o filme padrão) rodando por 143 minutos, precisaríamos de seis rolos e meio. Esses, por sua vez, precisariam ser emendados.
 Fonte: NASA/Reprodução

As junções, a transferência de negativos e a impressão — e, potencialmente, grãos, partículas de poeira, cabelos ou arranhões — instantaneamente iriam “entregar o jogo”. Mas não há nada disso presente, o que significa que não foi registrado em filme.


5. “Mas a bandeira está balançando ao vento, o que não existe na Lua. O vento é claramente de um ventilador em um estúdio. Ou tudo foi gravado no deserto”

Não. Depois que a bandeira é solta, ela se acomoda suavemente e depois não se move de forma alguma no restante da filmagem. Além disso, quanto vento há dentro de um estúdio de TV? 

No deserto até existe, mas, em julho (data da chegada à Lua), é muito quente no deserto e você pode ver ondas de calor em imagens gravadas por lá. Isso não aparece no registro feito na Lua. 


6. “A iluminação na filmagem vem claramente de um holofote. As sombras parecem estranhas. ”

Sim, é um “holofote” — “um holofote” que fica a 93 milhões de quilômetros de distância e nós o chamamos de Sol. Olhe para as sombras na filmagem. Se a fonte de luz fosse um holofote próximo, as sombras se originariam de um ponto central. 

Mas como a fonte está tão distante, as sombras são paralelas na maioria dos lugares, em vez de divergirem de um único ponto. Dito isto, o Sol não é a única fonte de iluminação — a luz também é refletida do solo. Isso pode fazer com que algumas sombras não apareçam paralelas e nos permite ver objetos sob a sombra.


7. "Bem, todos nós sabemos que Stanley Kubrick filmou isso" 

Stanley Kubrick poderia ter sido solicitado a falsificar os pousos na Lua. Mas como ele era tão perfeccionista, teria insistido em filmar no local. 
Está muito bem documentado que ele não gostava de voar, então isso envolve a seguinte pergunta... Próxima? 


8. "É possível recriar dinossauros de mosquitos como eles fizeram no Jurassic Park, mas o governo está mantendo isso em segredo"


Fonte: Quartz

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