Já faz algum tempo
que se fala sobre retomar as missões tripuladas à Lua. Com
as negociações se intensificando e com os planos de enviar astronautas ao
satélite até o ano de 2024 e de se estabelecer uma colônia até 2028, a NASA decidiu se mexer: apresentou uma
seleção de tecnologias e dispositivos que devem ser despachados antes dos
humanos.
Afinal, a Lua ainda não se tornou um
destino turístico, e nenhuma agência governamental investiria bilhões de
dólares para enviar pessoas até lá a passeio. Há muito trabalho a ser feito e,
ademais de avançar com a exploração da Lua, um dos objetivos de mandar uma
missão ao satélite é preparar os humanos para uma viagem a Marte.
(Fonte:
NASA/Reprodução)
Missão lunar
De acordo
com a NASA, os projetos
selecionados serão transportados por módulos comerciais, o que permitirá o
corte de custos e mais agilidade na contratação e no lançamento das cargas.
Além disso, muitos deles contarão com instrumentos que já foram desenvolvidos e
usados pela agência espacial em outras missões.
No total,
12 projetos foram escolhidos – seja para a realização de testes ou experimentos
–, e a ideia é conquistar avanços científicos e progredir com a exploração e o
possível desenvolvimento comercial da Lua. A seguir você pode conferir quais
são eles:
MoonRanger: consiste em um explorador
pequeno e ágil capaz de se distanciar do módulo de aterragem, além do alcance
dos dispositivos de comunicação, o que significa que o MoonRanger poderá
conduzir explorações em uma área mais ampla – inovação essencial para a sua
missão, que será mapear os terrenos por onde passar.
Heimdall: se trata de um sistema de
câmeras – composto por 1 grande ocular, 1 de ângulo mais fechado e 2 para
captura de panorâmicas – conectado a um gravador de vídeo digital que terá como
objetivo registrar informações sobre a superfície lunar, caracterizar e mapear
suas feições geológicas e identificar, por exemplo, locais que ofereçam
possíveis riscos para pouso ou tráfego de veículos.
Sistema de computador reconfigurável e tolerante à radiação: como a Lua é desprovida de
atmosfera e campo magnético, os eletrônicos enviados até lá sofrem com a
exposição à radiação e, portanto, a NASA pretende realizar testes para o desenvolvimento
de novos equipamentos e aproveitar para estudar os efeitos da radiação na
superfície do satélite.
RAC: a
sigla – de Regolith Adherence Characterization – se refere a um dispositivo que
deve determinar como o regolito lunar, ou seja, o material que recobre a
superfície da Lua, se adere a uma variedade de materiais que ficam expostos ao
ambiente do satélite, especialmente nas diferentes fases de voo dos módulos
espaciais.
Lunar Magnetotelluric Sounder: este dispositivo, equipado com
um magnetômetro, terá como missão caracterizar a estrutura e a composição do
manto lunar através do estudo de seus campos magnético e elétrico.
(Fonte: Wikimedia Commons/NASA/Dennis M. Davidson)
LuSEE: o
experimento – cuja sigla vem de Lunar Surface Electromagnetics Experiment –
terá como foco o estudo de fenômenos eletromagnéticos que ocorrem na superfície
da Lua.
LEXI: sigla
de Lunar Environment Heliospheric X-ray Imager, o LEXI será usado para
registrar lá da Lua imagens da interação da magnetosfera terrestre com o fluxo
de partículas carregadas ejetadas pelo Sol.
NGLR: sigla
de Next Generation Lunar Retroreflectors, como o próprio nome sugere, é um
conjunto de retrorrefletores que serão instalados na superfície da Lua para
rebater feixes de laser que serão emitidos em sua direção para que a distância
entre o satélite e o nosso planeta seja medida com precisão. O projeto também
servirá para que outros aspectos sobre a composição lunar possam ser estudados.
L-CIRiS: este experimento – cujo nome oficial é Lunar Compact
InfraRed Imaging System – consistirá em enviar um radiômetro (dispositivo que
mede as diferentes frequências da luz no espectro do infravermelho) até a Lua
para explorar a composição de sua superfície, assim como para mapear a
distribuição da temperatura no satélite e testar a utilidade desse equipamento
em missões futuras.
(Fonte: Wikimedia Commons/NASA)
LISTER: sigla
de Lunar Instrumentation for Subsurface Thermal Exploration with Rapidity, o
LISTER consiste em um instrumento projetado realizar perfurações na superfície
da Lua (de 2 a 3 metros de profundidade) para medir o fluxo de calor vindo do
interior do satélite e investigar as propriedades térmicas em diferentes
profundidades.
PlanetVac: esse dispositivo foi desenvolvido para a coleta de
amostras para envio à Terra ou para transferir o material colhido a outro
instrumento para a realização de análises na Lua mesmo.
SAMPLR: falando
em amostras, o SAMPLR (sigla de Sample Acquisition, Morphology Filtering, and
Probing of Lunar Regolith) também faz parte dos projetos aprovados pela NASA e
consiste em uma tecnologia que fará uso de um braço robótico – semelhante aos
presentes em exploradores como o Opportunity e Spirit, de missões a Marte –
para coleta de material na Lua.
Fontes: NASA / Grey Hautaluoma
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