J.R.A.FOTO-CRÍTICA: SAINT SEIYA - OS CAVALEIROS DO ZODÍACO
Por João Ramiro Antunes
A clássica obra de Masami Kurumada, que estreou em formato anime em 1994 aqui no
Brasil pela já extinta Rede Manchete, deixou uma legião de fãs, encantando
crianças e adolescentes na época, que hoje são adultos, e que com sucesso de
sobra, emplacou várias temporadas ao longo dos anos, volta em 2019 num novo
formato e com uma nova visão.
Seiya e os Cavaleiros do Zodíaco juraram proteger
a reencarnação da Deusa Atena e ajudam na batalha contra aqueles que desejam
acabar com a humanidade. Essa é a sinopse dessa nova série em 3D CGI que tem
produção da Toei Animation, com direção de Yoshiharu Ashino e roteiro de Eugene
Son, responsável por algumas animações da Marvel como os Vingadores Unidos e
Ultimate Homem Aranha, e conta com 12 episódios, mas que foram liberados apenas
6, que sabemos formar a primeira temporada.
Curiosamente o que muitos não sabem é
que a original saga do santuário foi um sucesso monumental em países como
Japão, França, Itália, Chile, China, México, Argentina, Peru e claro Brasil, mas não
nos Estados Unidos, que não compraram a ideia Cósmica. Partindo desse
pressuposto, vamos falar sobre essa nova versão feita especialmente para
o público criança e adolescente americano, afim de finalmente trazê-los de vez
para esse universo fantástico.
Há vários motivos pelo qual isso fica bem
evidente, vamos para alguns: Primeiro a violência foi reduzida e o sangue
vetado. Segundo na dublagem em inglês vários nomes foram mudados. Terceiro os
áudios oferecidos pela plataforma é português, e inglês como seu idioma
original, também na música da abertura clássica cantada consecutivamente e que
não foi traduzida pra aqui.
Fora a ambientação da série e personalidade do
adolescente Seiya que nos é apresentado, logo no episódio inicial de skate e com
maneirismos ocidentais bem visíveis. Uma adaptação coerente tendo em vista seu
público alvo, já que sua versão original não agradou tanto por lá.
É aí que
tá, foi difícil pra mim avaliá-la, pois ao mesmo ponto que não funcionou tão bem
pra mim, e olha que nem sou fã da obra, entendo perfeitamente que essa versão não
é pra nós adultos. Até acho que funcione para os adolescentes mais
"leigos", mas com certeza mais com crianças, pois para os fãs hard core
da antiga série não, estes iriam se irritar e muito com as mudanças, funcionando
apenas como uma seleção de Easter eggs no máximo.
Mas por outro lado ter
momentos da clássica série refeitos como a luta de Seiya contra Cassius pra
conseguir a armadura, que aqui ficou mais bem resolvida, e com umas idéias visuais
na hora de mostrar os ataques e as lutas em si, que pra mim funcionaram melhor
que o anime.
Não ter esse apego pela obra original, facilita ter uma experiência
e opinião menos extremista e no fim, avaliar o produto como produto, e assim
distinguir seu real valor. Apesar de não ter muito aqui pra se gostar, consigo
enxergar poucas, mas boas virtudes dessa nova abordagem. Eles tentam contar a
mesma história, só que com elementos novos, como um passado para Seiya e sua irmã
Seika, e a origem de seus poderes que é legal.
Já o fato de transformarem um dos
cavaleiros em mulher, no caso Shun, não me incomodou, mas também não influencia
nem contribui em nada pra justificar no meu ver.
O vilão inventado Vander
Graad, é fraco, clichê e sua equipe tática com suas armas e veículos de guerra
soam estranho e antiquados, o humor em cima de uma tampa de bueiro falante é
repetitivo e não funciona, e tudo parece apressado, o que é bom e ruim ao mesmo
tempo, pensando na lentidão que aconteciam.
Mas o que realmente me causou
incomodo de verdade foi a qualidade da animação em si, que até tem um bom e fiel
visual às armaduras e personagens, mas é muito plástica deixando a movimentação
dura e as vezes meio lenta, limitando sua fluidez.
Pelo menos a dublagem
brasileira merece crédito, pois trouxeram os dubladores oficiais, o que alivia e
supri um pouco a nostalgia, que no fim até torna nossa experiência mais Ok.
Saint
Seiya - Cavaleiros do Zodíaco da Netflix, tem elementos novos bacanas e ruins, um
novo público em mente, idéias visuais interessantes, mas é apressada tornando
acontecimentos importantes sem o peso necessário, ou emoção apropriada nas cenas
de batalha, mas que contudo até me divertiu, apesar de não ser pra mim, mas
assistiria sim, aos outros 6 episódios sem problemas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário