Talvez
você até não conheça, mas o aplicativo
chinês WeChat é um dos mais atualizados no mundo, chegando ao
número de 1,1 bilhão de usuários. Como um ‘super app’, ele engloba várias
funcionalidades: mensagens, pagamentos, rede social, comida e até carros, é
como um Facebook cheio de esteroides.
Infelizmente,
por outro lado, o WeChat também possui um dos melhores sistemas de censura
automática que existem no mundo. Segundo pesquisadores do Citizen Lab, da
Universidade de Toronto (Canadá), a
censura acontece em tempo real e ataca tanto texto quanto
imagens que envolvem discussões políticas e assuntos internacionais. Temas
sensíveis, dizem os pesquisadores, ficam sob a tutela do Estado chinês.
O WeChat
facilita a filtragem em tempo real
O Citizen
Lab nota que os algoritmos do WeChat têm a capacidade de derrubar uma
publicação na timeline da rede social (conhecida como WeChat Moments) em até 10
segundos. Em conversas, como deveriam ser privadas, as coisas funcionam de
maneira diferente: há uma censura em tempo real. “O WeChat facilita a filtragem
em tempo real, mantendo um índice de hash preenchido por hashes MD5 de imagens
enviadas por usuários da plataforma de bate-papo", diz a pesquisa.
“Descobrimos
que a Tencent [empresa de telecomunicações chinesa] implementa a censura
automática em tempo real das imagens de chat no WeChat com base no texto
contido nas imagens e na semelhança visual de uma imagem com as presentes em
uma lista negra. A Tencent facilita a filtragem em tempo real, mantendo um
índice de hash preenchido por hashes MD5 de imagens enviadas por usuários da
plataforma de bate-papo. Se o hash MD5 de uma imagem enviada pela plataforma de
bate-papo não estiver no índice de hash, a imagem não será filtrada. Em vez
disso, ele é enfileirado para análise automática. Se for considerado sensível,
seu hash MD5 será adicionado ao índice de hash e será filtrado na próxima vez
que um usuário tentar enviar uma imagem com o mesmo hash”.
Um olhar
para o futuro?
Entre os
tópicos censurados, mostra a pesquisa, estão temas envolvendo a questão da
prisão do CFO da Huawei Meng Wanzhou, a guerra comercial com os EUA e as
eleições de meio de mandato norte-americanas que ocorreram em 2018.
“Devido à
recente dificuldade em obter e manter as contas do WeChat, analisamos o tópico
das imagens filtradas no WeChat por proxy, medindo a filtragem de imagens no
Qzone, outro produto da Tencent. Usando testes de amostras, descobrimos que
essa técnica é amplamente eficaz. É possível que essa técnica de medição de
filtragem de conteúdo (em uma plataforma fácil de medir usando uma
implementação de filtragem semelhante) seja generalizada para futuras
aplicações”, conclui a pesquisa.
Fonte: TecMundo
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