A empresa de
pesquisas DFRLab verificou algumas das contas no Twitter que
desencadearam uma campanha pedindo a deportação do jornalista Glenn Greenwald,
do site The Intercept, de volta para os Estados
Unidos.
A campanha de protesto usou várias
hashtags; entre elas, uma das mais populares (#DeportaGreenwald) foi
analisada e apontou que muitas das contas mais ativas são suspeitas de
comportamento automatizado. Um exemplo é Vânia, identificada como
@Vnia60277936, que chegou a postar a hashtag 294 vezes em 4,5 horas.
Algumas publicações a respeito da campanha pela deportação de
Greenwald. (Fonte: DRFLab/Reprodução)
No dia 9 de junho, o site The Intercept Brasil, cofundado por
Greenwald, publicou uma reportagem revelando conversas
vazadas de um app de mensagens em que supostos diálogos trocados entre
o ex-juiz Sérgio Moro e o promotor público Deltan Dallagnol demonstravam
condutas conspiratórias para incriminar e acelerar a prisão do ex-presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva.
Campanha com indícios de atividade
automatizada
A conta @Vnia60277936 foi a segunda
mais ativa a usar a hashtag #DeportaGreenwald, que acabou entrando para a seção
dos tópicos de tendências do Twitter. Além do nome com identificador numérico e
uma foto genérica de
perfil, a DRFLab constatou que a conta postava uma média de 577 tweets por dia,
e a empresa considera que mais de 144 tweets diários são altamente suspeitos.
Somente no dia 2 de junho, foram 1.700 posts.
Perfil de @Vnia60277936, um dos mais suspeitos de ser bot.
(Fonte: Twitter/Vnia60277936)
Outras contas ativas também
apresentam várias características semelhantes às de @Vnia60277936, e a suspeita
de se tratar de comportamento automatizado foi confirmada pela Diretoria de
Análises de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas, parceira da DFRLab.
Criada por bots, impulsionada por
pessoas
O estudo concluiu que, embora a
campanha tenha surgido com os bots, grande parte dos retweets foi feita por
usuários reais do Twitter. Um dado interessante é que o primeiro e o terceiro
posts mais populares eram exatamente contra a campanha, sendo que um deles
citava que as "milícias digitais" a favor de "calar"
Greenwald são as mesmas que criticam a falta de liberdade de expressão na
Venezuela.
Fonte: DFRLab
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