segunda-feira, 22 de julho de 2019

J.R.A.FOTO-CRÍTICA: O REI LEÃO


Por João Ramiro Antunes

A adaptação Live Action mais aguardada da Disney está nos cinemas, e agora depois de finalmente assistí-lo, confesso que não estava preparado pra o que vi. O Rei Leão de 1994 dirigido por Roger Allers e Rob Minkoff, é um longa-metragem animado que encantou o mundo, tornando suas canções icônicas, sucesso de público e crítica, fixando-a como umas das animações feitas à mão mais rentáveis da história, além de conquistar vários prêmios, dentre eles dois óscars e um Globo de Ouro. 
Apesar de ter marcado uma geração inteira quando lançado, infelizmente não fez parte da minha infância, pois na época meu único contato foi com o vídeo clipe: "Can you feel the love tonight" do Elton John, que vi inúmeras vezes na TV, que eu amava. A primeira vez que vi a animação, já estava bem crescidinho, mesmo assim tenho um carinho enorme, quase que como se tivesse visto quando criança. Dito isso, vamos falar sobre o filme de 2019 e da versão dublada, que foi a que assisti.
Simba é um jovem leão, que sente-se culpado pelo assassinato de seu pai, o rei Mufasa, e foge do seu reino, sem saber que a morte foi orquestrada por seu tio Scar para tomar o poder. Agora o leãozinho precisa descobrir como crescer e retomar seu destino real nas planícies da savana africana. 
Lembro que em 2016, ao terminar de assistir a versão Live Action de Mogli: O menino Lobo do John Favreau, imaginar: "Caramba, já pensou um filme do Rei Leão assim?". 
E não é que eles me ouviram, e até mesmo na direção. Favreau era mais que perfeito para o projeto, e isso tá exposto na tela, dirigindo com maestria, pois tanto o filme original quanto o Live Action contam a mesma história, e chega a ser absurda de tão igual, só que com mais tempo de duração, não como uma versão estendida, mas com algumas "emendas" na trama, deixando-a mais amarradinha, sem alterar a história já contada. 
 Tudo está lá nessa nova versão, a magia, os personagens, a trilha sonora inquestionável do Han Zimmer que retorna, e as músicas que pra mim, ficaram perfeitamente refeitas e adaptadas de forma coerente com o propósito estabelecido desde o início, o de ser realista. 
 
Falando em realismo, a parte visual desse filme na computação gráfica é deslumbrante. É simplesmente inacreditável de tudo aquilo ter sido feito num computador, por mais que essa tecnologia já tenha nos oferecido em robôs, monstros, aliens ou qualquer outra coisa do nosso imaginário, mas nunca com animais reais, florestas e desertos como nesse filme, chegando ao nível absurdo de emular aqueles documentários da vida selvagem. 
A promessa de filme com atores reais, ou nesse caso "animais reais", é cumprida de forma arrebatadora, esses caras conseguiram literalmente fazer animais falarem e cantarem sem perder o realismo em momento algum.
A falta de expressividade facial pra demonstrar sentimentos foram substituídos pelo extraordinário trabalho dos artistas gráficos na recriação dos movimentos desses bichos e como se comportam, nunca nos deixando perdidos na hora de sabermos o que estão sentindo com perfeição, mesmo sutilmente, pois ao contrário teríamos algo como Mogli: Entre dois Mundos da Netflix, em que os animais causavam um desconforto pela junção híbrida, de bichos com expressões humanas, fora o fato que iria fracassar no quesito de realismo, algo que quando comprado, torna tudo mais satisfatório. 
Desde o início fica claro pra nós, todo o cuidado e capricho que a Disney teve com essa obra tão amada, apenas retocando o que foi feito, deixando explicito à todo momento sua intenção de que não queria fazer algo melhor, e sim, nos oferecer o privilégio de revê-la sobre outra ótica. 
Além de frases, cenas inteiras e enquadramentos idênticos aos da animação, ainda nos presenteia com as canções clássicas refeitas, como a da abertura: "O ciclo sem fim", que me pegou de jeito, pois possui o arranjo e os vocais bem parecidos em ambos os formatos, no geral também com as outras, mesmo com pequenas adaptações me agradaram bastante. 
Já partindo para a dublagem brasileira, tenho algumas ressalvas, mas gostei do Saulo Javam fazendo o Mufasa, acho que ele tem um pouco do grave que o personagem precisava, assim como a dublagem do Rodrigo Miallaret, que casou muito bem com o Scar dessa versão, menos pomposo e mais ameaçador, o de Zazu ficou bom, gostei do Timão do Ivan Parente que até tem o timbre de voz parecido com o do saudoso Pedro Lopes. 
 
Já o Pumba do Glauco Marques me incomodou bastante, pois parece forçada demais, os de Simba e Nala filhotes estão ok, mas não posso dizer o mesmo da cantora Iza e do ator Ícaro Silva, que fazem suas versões adultas. 
Na hora de cantarem até mandam bem, mas quando estão falando é bem ruim. O Ícaro está visivelmente lendo o texto sem conseguir emular emoção alguma, e a Iza faz basicamente o mesmo, mas consegue piorar com seu sotaque carioca. O Rei Leão Live Action, é tão bom quanto a animação, tem visual arrebatador,com um trabalho em CGI fotorrealista espantoso, que com certeza levará o Óscar de melhores efeitos especiais desse ano, é a mais fiel adaptação live action da Disney, respeita e honra o material original como nenhum outro e é um excelente filme! 

NOTA: 9,5/10

Assista o Trailer:

Ficha técnica completa

Título
The Lion King (Original)
Ano produção
2019
Dirigido por
Estreia
18 de Julho de 2019 ( Brasil )
Outras datas 
Duração
118 minutos
Classificação
 10 - Não recomendado para menores de 10 anos
Gênero
Países de Origem



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