Uma das maiores
controvérsias a respeito dos serviços baseados na tecnologia de desenvolvimento
em blockchain é a identidade.
A rede que nasceu
para registro de eventos digitais com anonimato, tem recebido investimento de
entusiastas da autenticação, como exemplo, publicado recentemente pelas
empresas SK Telecom e Deutsche Telekom (DT) na MWC19 (Mobile World Congress).
Isso pode significar novos formatos de uso de identidade móvel. Apesar disso,
ainda existe o receio de registrar uma chave criptográfica com os dados
pessoais do seu titular, distribuída para toda a rede. Mas porque isso é um
problema? Basicamente, todos os usuários terão acesso à chave, e quando o poder
computacional superar a segurança desta, o que é chamado de decaimento
algorítmico, dados pessoais poderão ficar expostos.
A ideia de se fazer
uma identidade digital para, principalmente, abolir os inúmeros usernames e
passwords que criamos – basicamente um para cada aplicação -, não é novidade
trazida pela tecnologia de blockchain. Na verdade já existe tecnologia
disponível para isto aqui no Brasil há quase vinte anos, com infraestrutura e
hierarquia públicas garantindo validade jurídica e não-repúdio para as ações
praticadas com os chamados Certificados Digitais, que também são chaves
criptográficas, mas no caso da tecnologia utilizada, você escolhe com quem quer
realizar transações e compartilhar a parte pública da sua chave para
comprovação e garantia de autoria.
Recentemente, o
órgão máximo de Identidade Digital no Brasil tem realizado esforços para
garantir uma maior acessibilidade a esta tecnologia para todos os cidadãos.
Esta condição abrirá portas para garantir maior segurança e capacidade de
identificação e autoria de transações e autenticação no meio eletrônico.
É aqui que reside a tão sonhada independência de cartórios,
filas e esperas intermináveis em repartições públicas e privadas, para retirar
um simples documento, transferir um bem, autenticar um contrato, ou mesmo
reconhecer firma de assinaturas. Concordamos que a desburocratização deve ser
uma constante, mas é necessário que haja adeptos em prol dessa corrente que
trará agilidade nos processos de validação em tantos âmbitos e relações
privadas e públicas. Seremos nós os adeptos à desburocratização digital, ou
deixaremos para as próximas gerações serem mais ágeis e proativas?
Fonte: Canaltech
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