terça-feira, 28 de maio de 2019

Fake news têm mais engajamento que informações reais, revela estudo


Um estudo divulgado pelo Instituto de Internet da Universidade de Oxford concluiu que fake news possuem um volume de compartilhamento até quatro vezes maior do que notícias e informações reais. A pesquisa, que analisou aproximadamente 580 mil postagens noticiosas em redes sociais e em sete idiomas, tomou como base as eleições do Parlamento Europeu, que começaram no último dia 23 e perduraram até domingo, 26, e viu os partidos de centro manterem sua maioria, porém perderem muita força na capacidade de manobra política do bloco.

Segundo a Oxford, conteúdos falsos (que a instituição rotulou de “ideologicamente extremos, enganosas e informações com fatos incorretos”) e junk news (como os europeus referem-se a notícias falsas) são do tipo que encorajam a fobia em relação a temas voláteis, como religião e imigração. 

Fake News: informações propositalmente erradas ou falsas trazem maior engajamento nas redes sociais do que notícias verdadeiras, segundo estudo

“As junk news em nossa base tenderam a envolver temas populistas como anti-imigração, fobia contra grupos islâmicos, com poucos mencionando líderes ou partidos europeus”, afirmaram os autores. Fontes de outros países, como Rússia, também foram consideradas no estudo a fim de aferir se há alguma relação de diálogo com outras nações, o que poderia configurar interferência externa no pleito.

No Facebook, as notícias falsas tiveram até quatro vezes mais curtidas, compartilhamentos e/ou comentários, com liderança para os idiomas inglês (3,2 mil por publicação), alemão (1,9 mil), sueco (1,76 mil) e francês (1,7 mil).

Para idiomas italiano e polonês, porém, a situação se reverte: os meios tradicionais de notícias, como jornais, internet, TV e rádio, ainda prevalecem em engajamento frente a páginas ideológicas abertas na própria rede social.

Já no Twitter, a situação torna-se um pouco mais confiável, com veículos oficiais e a imprensa obtendo maior volume de engajamento (34%) frente às notícias falsas (3%). A exceção à regra foi a Polônia, onde, na rede de microblogs, viu cerca de 21% das postagens em seu idioma constituírem informações falsas ou sem base factual.



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