Pilotos experientes
da Marinha dos Estados Unidos declararam que, entre 2014 e 2015, avistaram
OVNIs durante missões de treinamento na costa leste do país. As informações
foram publicadas pelo The New York Times nesta quarta-feira (29).
De acordo com os depoimentos, os
objetos voadores não identificados pareciam alcançar velocidades hipersônicas
em altitudes de até 30 mil pés (ou 9.144 metros) sem nenhum meio visível de
propulsão. Em seguida, ele fazia paradas repentinas e curvas instantâneas –
algo além dos limites físicos de uma tripulação humana.
"Temos
helicópteros que podem pairar", disse o tenente Ryan Graves. “Temos
aeronaves que podem voar a 30.000 pés e logo à superfície”. Mas "combine
tudo isso em um veículo de algum tipo sem motor a jato, sem pluma de
escape". O tenente é piloto de um F/A-18 Super Hornet e está na marinha há
dez anos. Ele relatou seus avistamentos ao Pentágono e no Congresso.
Tenente Ryan
Graves da Marinha dos Estados Unidos (Foto: Tony Luong / The New York Times)
Graves
ainda conta que outro OVNI tinha o formato de um pião e se movia contra o
vento. "Essas coisas estariam lá fora o dia todo", disse Graves.
"Manter uma aeronave no ar requer uma quantidade significativa de energia.
Com as velocidades que observamos, 12 horas no ar são 11 horas mais longo do
que esperávamos".
No final
de 2014, um piloto do Super Hornet quase colidiu com um dos OVNIs, mas o
relatório oficial do caso foi arquivado. Em um dos avistamentos gravados em
vídeo, o objeto não identificado se aproxima das ondas do oceano enquanto os
pilotos questionam o que estão assistindo. "Uau, o que é isso,
cara?", exclama um dos pilotos. "Olhe para ele voando!". No
total, o The New York Times entrevistou seis pilotos, a maioria do porta-aviões
USS Theodore Roosevelt.
No Departamento de Defesa dos Estados Unidos, nenhum dos
funcionários sugere que os objetos voadores eram naves extraterrestres, e
especialistas enfatizam que explicações terrenas podem geralmente ser
encontradas para tais incidentes. Já os pilotos não fizeram nenhum afirmação
sobre a proveniência dos objetos.
De acordo com o
astrofísico sênior do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, Leon Golub, a
possibilidade de uma causa extraterrestre "é tão improvável que compete
com muitas outras explicações de baixa probabilidade, mas mais mundanas".
Ele acrescentou que "existem muitas outras possibilidades – bugs no código
para os sistemas de imagem e exibição, efeitos atmosféricos e reflexões,
sobrecarga neurológica de múltiplas entradas durante o voo de alta velocidade".
No início deste ano, a Marinha mudou
as orientações para que os pilotos possam relatar objetos voadores não
identificados – ou fenômenos aéreos inexplicáveis, como chamam os militares. De
acordo com o porta-voz da Marinha, Joseph Gradisher, a nova orientação é apenas
uma atualização das instruções que foram enviadas à frota em 2015 após os
incidentes de Roosevelt.
"Houve uma série de relatórios
diferentes", disse ele. "Alguns casos podem ter sido drones
comerciais, mas em outros casos não sabemos quem está fazendo isso, não temos
dados suficientes para rastrear isso. Portanto, a intenção da mensagem para a
frota é fornecer orientações atualizadas sobre os procedimentos de notificação
de suspeitas de invasões em nosso espaço aéreo".
Os avistamentos foram
relatados ao pouco conhecido Programa Avançado de Identificação de Ameaças
Aeroespaciais do Pentágono, que analisou os dados do radar, imagens de vídeo e
contas fornecidas por oficiais superiores do Roosevelt. O oficial Luis
Elizondo, que dirigia o programa até sua renúncia em 2017, classificou os
avistamentos de "uma série impressionante de incidentes".
Apesar de não
confirmar que os OVNIs eram extraterrestres, o tenente Danny Accoin, piloto do
Super Hornet, disse ao The New York Times: "estamos aqui para fazer um
trabalho, com excelência, sem inventar mitos".
Em março de 2015, o
porta-aviões Theodore Roosevelt deixou a costa da Flórida e se dirigiu ao Golfo
Pérsico como parte da missão liderada pelos Estados Unidos, lutando contra o
Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Com a mudança, os mesmos pilotos que
estavam interagindo com os estranhos objetos foram direcionados para missões de
bombardeio contra o Iraque e a Síria.
Dois dos pilotos
que conversaram com o The New York Times compartilharam suas histórias na nova
série de documentários do History Channel chamada Unidentified:
Inside America's UFO Investigation, que estreia em 31 de maio.
Ele ainda diz que,
quando uma leitura estranha aparece no radar pela primeira vez, é possível
interpretá-la como um alarme falso, "mas quando você começa a ter vários
sensores lendo exatamente a mesma coisa, e então você o vê num display, isso
comprova [o avistamento] para mim".
Fonte: The New York Times, Space
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