Um time de
pesquisadores britânicos e suecos da universidade de Uppsala, Suécia, realizou
um estudo em 35.035 pares de gêmeos que analisou a presença de um fator
genético no ato de ter cachorros como animais de estimação. Este tipo de método
científico é bem comum para determinar a influência do ambiente e dos genes na
biologia e em comportamentos. A pesquisa foi publicada na última sexta-feira,
dia 17 de maio, e está disponível no site da Nature.
Já que gêmeos idênticos possuem o
mesmo genoma e gêmeos fraternos têm, em média, metade da variação genética, é
possível analisar similaridades entre irmãos para determinar influências
ambientais e genéticas no ato de ter ou não um cão.
Por sorte,
o país mantém esses dados contabilizados no Registro de Gêmeos da Suécia, e o
número de donos de cachorros no Conselho Sueco de Agricultura. O estudo chegou
à conclusão de que é muito mais comum a correlação de cães entre irmãos
idênticos do que em gêmeos fraternos. Estes genes também são mais herdados por
mulheres (57%) do que por homens (51%).
Ambiente e genética
Este
método de estudo não consegue determinar quais são os genes responsáveis pelo
fenômeno; mas, as conclusões são importantes para outras pesquisas. "Ele
pelo menos demonstra que o ambiente e a genética são igualmente importantes na
decisão de adotar ou não um cachorro.
Agora,
o próximo passo é determinar quais são as variantes genéticas para esta decisão
e como elas se relacionam com traços de personalidade e outros fatores, como
alergias", disse Patrik Magnusson, chefe do Registro de Gêmeos da Suécia.
Carri
Westgarth, co-autora da pesquisa, disse que o projeto é importante, pois
apresenta uma justificativa genética para os supostos benefícios para saúde que
os cães trazem. Já Keith Dobney, arqueozoologista e co-autor da pesquisa,
afirmou que o estudo pode ajudar a entender a história da humanidade e da
domesticação dos animais.
"Décadas
de pesquisas arqueológicas nos ajudaram a entender quando e onde os cachorros
entraram no mundo humano, mas as informações genéticas modernas e antigas podem
nos ajudar a explorar o como e o porquê", explicou.
Fontes:
EUREKA ALERT/ NATURE
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