sábado, 18 de maio de 2019

J.R.A. FOTO-CRÍTICA: HELLBOY

Por João Ramiro Antunes

Depois de dois excelentes filmes dirigidos pelo visionário Guillermo del Toro, desde então, à espera pelo fechamento dessa trilogia era aguardadíssima, e após anos de espera, Hellboy está de volta, mas não como anseávamos, pois o que chega nesse momento aos cinemas, não é uma conclusão, e sim um recomeço, um reboot sem Del Toro e sem Ron Perlman. Difícil de imaginar né? 
Uma antiga feiticeira volta à vida a vingar-se de uma traição do passado. Dividido entre o mundo sobrenatural e humano, o lendário meio-demônio Hellboy, recebe a missão de conter essa ameaça e salvar o mundo. Neil Marshall é quem dirige essa nova versão é o ator David Harbour encorpora o vermelhão e Milla Jovovich faz vilã Nimue. 
Há pelo menos um mês atrás, Hellboy fez sua estréia lá fora sob o selo de classificação adulta, ou seja, para maiores de 18 anos, e essa foi a grande moeda de venda durante toda sua produção, e o diferencial para quem viu os anteriores, que possuíam um clima mais aventuresco, ambos para 14 anos, inclusive pelo próprio Mike Mignola (produtor e criador do personagem), que em entrevistas fazia questão de enfatizar sua insatisfação com os filmes anteriores e do quão bom esse selo seria, se pensássemos nas possibilidades. 
Bom, mas parece que isso não foi o suficiente para salvar o projeto, pois este foi um completo fracasso de público e principalmente crítica por lá, estreando com míseros 13% de aprovação geral.Mas quem dera que o problema fosse só esse. Lembra de quando assistimos a trilogia do Homem Aranha do Sam Raimi e depois vimos O Espetacular Homem Aranha do Mark Webb? Da sensação de: "Isso tudo já foi feito e muito melhor?" Pois é exatamente essa sensação que você terá ao assistir esse novo Hellboy. Apesar de não tê-lo achado péssimo, como muitos estão achando, vamos falar dos poucos acertos, começando com a direção do Neil Marshall que para mim, foi até inventiva em alguns momentos, como um plano-sequência, numa cena envolvendo Gigantes, ou na Maquiagem e efeitos práticos na concepção de algumas criaturas, principalmente na de Gruagach, uma espécie de monstro javali, que numa igreja, é dono da melhor cena de luta de todo o filme, mas infelizmente só. 
Passando para os contras, que não são poucos, começo pela interpretação do David Harbour que imprime um Hellboy mais jovem, meio rebelde, com humor que soa deslocado, mais por culpa da edição mal feita, que no geral não está ruim, mas falta carisma e a imponência de seu antecessor.
Sua Maquiagem é um problema em questão, oscilando demais durante o longa, nos causando uma estranheza, se pudesse, diria que o lugar que tá mais acertado, é na sequência final, sem falar da mão morta, visivelmente plástica. 
A química entre Ian MacShane e David Harbour, como pai e filho não convence em momento algum, trabalho bem abaixo do feito por John Hurt. Já na falta do Abe Sapien, temos como parceiros e membros do Birô Paranormal, o Major Ben Daimio (Daniel Dae Kim) e a jovem Alice (Sasha Lane), que estão ok em seus papéis, e até tem habilidades maneiras, mas pouca função. 
 
Agora o que realmente não funciona é Milla Jovovich. A vilã dela é fraca, sem senso de ameaça algum, e um visual sem inspiração que não ajuda mesmo. A história que contém elementos da mitologia do Rei Arthur, que é até fiel as hqs, mas não sei se esse arco, foi uma boa escolha pra se usar como fio condutor. 
 
O roteiro é um verdadeiro Frankenstein, um recorte de diversos contos, que deixam o filme inchado de tantos elementos, sem conseguir trabalhar nenhum deles direito, e a montagem e edição é abrupta demais, mas parecendo um compilado das melhores aventuras do Hellboy. Não me entendam mal, os elementos são legais, tipo a parte da bruxa Baba Yaga, por exemplo, é muito boa, tanto na performance física, como no trabalho de maquiagem.
O problema foi na hora de costurar esses elementos, causando um desconforto, pois não há uma boa fluidez. A trilha sonora é um daquelas fatos que não entendo, Del Toro optou por algo mais épico e orquestral, como de costume, apesar de seus filmes serem para um público abaixo, já Marshall me faz um filme pra 18 anos, e a trilha escolhida e Rock Pop, como se o público alvo fosse adolescentes, mas os privam de assistir? Já a violência cultuada, é explicitamente gratuita, sem peso e sem impacto, mas parecendo cutscene de vídeo games, de tão estilizada. 
 
Hellboy de 2019, não é ruim, tem alguns monstros e cenas de ação bacana, mas parece uma série do protagonista, tem elementos demais pra um só filme, nos faz sentir falta de Del Toro e Perlman, e só não acho desnecessário,pois serve como lição para seu criador Mike Mignola, por falar besteira, e ter desconsiderado o que já havia sido feito, que era infinitamente melhor. 

NOTA: 6/10

Assista o trailer:

Ficha técnica completa
Título
Hellboy (Original)
Ano produção
2019
Dirigido por
Estreia
16 de Maio de 2019 ( Brasil )
Outras datas 
Duração
120 minutos
Classificação
 16 - Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero
Países de Origem


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