O Departamento
de Polícia de Nova York usou uma gambiarra para prender um ladrão com base em
reconhecimento facial — mas o método só foi descoberto quase dois anos depois
e, por ser tão arriscado, foi criticado por especialistas.
O caso é o seguinte:
aparentemente, o sistema de reconhecimento facial do equipamento não estava
encontrando o suspeito na base de dados, porque as imagens da câmera de
segurança estavam pixeladas. Isso obrigou os agentes a improvisar: como o
suspeito era muito parecido com o ator Woody Harrelson ("Jogos
Vorazes", "Assassinos por Natureza"), foi utilizada uma foto do
astro do cinema para alimentar a Inteligência Artificial e encontrar o
suspeito. Você pode ver a comparação no topo desta matéria.
O bandido havia
roubado cervejas de uma loja de conveniência e o rosto dele foi um dos
resultados exibidos pela IA após a inserção da foto do ator. A prisão aconteceu
em abril de 2017. Em outro caso denunciado, um jogador de beisebol do New York
Knicks também teve a foto utilizada porque um suspeito seria idêntico a ele.
Por
que isso é errado?
Apesar de ter
dado certo, a tática é errada porque aposta que a IA fará a mesma associação
que um ser humano — e isso pode gerar uma série de falsos positivos, que
resultariam em prisões injustas.
O departamento
já possui um sistema avançado de reconhecimento facial, capaz de fazer
buscas usando retratos falados e até de editar fotos para "remover"
expressões, facilitando a identificação. Porém, usar palpites como esse é
brincar com a tecnologia. Portanto, se não há imagens em alta qualidade
disponíveis, o jeito é buscar outro caminho para a investigação. San Francisco recentemente baniu o
uso da técnica pelo governo por questões de privacidade.
Fonte da imagem: Georgetown Law
"Não há
regras quando o assunto é que imagens a polícia pode usar para o algoritmo de
reconhecimento de rosto gerar pistas para investigações", diz o relatório,
que você pode ler aqui (em inglês).
Fontes: VICE/SARAH
EMERSON/ GEORGETOWN LAW
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