*Por
Emerson Granemann
O setor de drones não para de crescer
e os números comprovam essa máxima. De acordo com os últimos dados divulgados
pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), em maio deste ano, existem hoje
68 mil drones cadastrados no país – sendo 65% para uso recreacional e 35% para
uso profissional. Já o número de pessoas cadastradas para operar os drones é de
52 mil, sendo 93% de pessoas físicas e 7% de pessoas jurídicas. Segundo a
MundoGEO – empresa promotora da maior feira de drones da América Latina, a
DroneShow –, a expectativa é que o setor tenha um crescimento de 25% em 2019,
superando os mais de 400 milhões do faturamento alcançado em 2017.
Ainda falando sobre
dados, a estimativa é de que existam atualmente mais de 30 mil profissionais
trabalhando com drones distribuídos pela cadeia produtiva e usuária do setor,
formado por fabricantes, importadores de drones, treinamentos, manutenção e uma
ampla gama de prestadores de serviços. Com o crescimento exponencial do
mercado, notamos também que há uma ampliação nos tipos de empresas que prestam
serviços: as mais antigas que usavam outras plataformas já estão incorporando a
tecnologia para ampliar sua oferta de serviços e atender aos grandes
demandantes das informações geradas pelos drones. Com um mercado aquecido e com
inúmeras possibilidades de aplicações profissionais dos drones, segmentos como
agricultura, mapeamento, segurança, inspeções e monitoramento de obras ganham
cada vez mais espaço. O setor deve ser impulsionado, ainda mais, a partir de
2020, pelos avanços na regulamentação para o uso do equipamento no país.
No Brasil, quatro
órgãos cumprem o papel regulatório. Começando pela Anatel(Agência
Nacional de Telecomunicações), na qual todos os drones devem ser homologados.
Em seguida, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), responsável pela
validação dos projetos e registro dos drones e proprietários. Com este
certificado, estes modelos podem realizar operações acima dos atuais limites de
120 metros de altura e voar além da linha de visada, podendo ser pilotados
efetivamente de forma remota. Já o DECEA (Departamento de Controle do Espaço
Aéreo) autoriza cada operação respeitando os limites de segurança previstos na
legislação e tem como missão controlar o espaço aéreo coordenando as operações
entre as aeronaves tripuladas e não tripuladas como os drones, bem como
restringir as operações próximas a aeroportos, presídios e outras áreas de
risco.
E por fim, o quarteto de órgãos
reguladores é composto pelo Ministério da Defesa (MD), que entra em cena quando
o assunto é mapeamento de precisão com drones. Pelas regras atuais, as empresas
precisam ser registradas no órgão, comprovando capacidade técnica, financeira e
instalações adequadas para atuar com a tecnologia. Além disso, a cada nova
missão uma nova autorização deverá ser emitida pelo MD, respeitando os
procedimentos para as empresas que executam o aerolevantamento usando aviões
tripulados. Estes procedimentos e exigências foram criados respeitando a
legislação da década de 1970. No entanto, muita coisa mudou com relação as
tecnologias e plataformas de coleta de dados da superfície do Brasil. Vieram os
satélites de alta resolução e, agora, os drones. A boa notícia é que, para
suprir essa lacuna, o Ministério da Defesa lançou em dezembro de 2018 uma
portaria flexibilizando as operações a partir de limites de área e tipos de
mapeamentos.
Todos estes órgãos
estão sendo muito receptivos para ouvir as reinvindicações da comunidade, que
pede por ajustes na regulamentação devido aos avanços tecnológicos e as novas
demandas de aplicações para o setor de mapeamento, delivery e inspeções dos
mais diferentes tipos. Existem vários projetos de drones tanto nacionais quanto
importados em fase de aprovação na ANAC, e alguns já foram liberados, como os
modelos de asa fixa Arator, produzido pela empresa brasileira Xmobots e, o
modelo Ebee da marca suiça Sensefly, distribuído no Brasil pela Santiago e
Cintra. Esta última teve seu projeto aprovado através da Startup Paulista Al
Drones, especializada em aprovação de projetos aeronáuticos de veículos
remotamente pilotados.
O tema será
debatido durante da DroneShow 2019, que acontece entre os dias 25 e 27 de
junho, em São Paulo. O evento reúne o 7º Fórum Empresarial de Drones, com mais
de 30 atividades como e seminários e uma feira de tecnologia com a participação
de 80 marcas. O encontro tem como objetivo proporcionar a atualização
tecnológica, troca de experiências com as entidades reguladoras, fortalecimento
do ambiente empresarial e aproximação com a comunidade. A feira DroneShow tem a
expectativa de atrair mais de 3,5 mil participantes, quantidade alcançada na
última edição em 2018.
Fontes: Canaltech/*Emerson Granemann é CEO da MundoGEO e idealizador dos eventos MundoGEO Connect e DroneShow. Engenheiro Cartógrafo, trabalhou no setor de aerofotogrametria e geoprocessamento. Atualmente tem como propósito propagar as geotecnologias e os drones para usos profissionais. É coordenador do Fórum Empresarial do setor.
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