Hoje ser descolado
é ter um dispositivo móvel — se for vestível, melhor ainda — pareado com o Bluetooth de
seu fone sem fio. Há 40 anos, ouvir sua própria música de forma prática,
simples e cool se traduzia na forma de um aparelho que revolucionou a
tecnologia: o Walkman, da Sony.
"Walkman nasceu de uma necessidade
pessoal de um dos fundadores da Sony, Masaru Ibuka, que viajava bastante"
Veja
bem, os toca-fitas já existiam e aos poucos se multiplicavam por aí, a partir
da ideia dos cartuchos de áudio (também chamados de Stereo 8), que reproduziam
faixas em carros e aparelhos próprios para isso, entre os anos 60 e 80.
A ideia
do tocador portátil tinha um conceito parecido, baseado em fitas magnéticas e
surgiu de um dos fundadores da Sony.
Movido
pela necessidade pessoal de escutar suas canções prediletas onde e quando
quisesse, Masaru Ibuka solicitou ao time de desenvolvimento que criasse uma
versão de estéreo simples, apenas para reprodução. O gravador portátil Sony
TC-D5 foi a base do protótipo, para que executivo pudesse ouvir o conteúdo em
suas viagens de negócios.
Fonte:
CataWiki/Reprodução
A ideia fez sentido para milhares de outros amantes da música e
logo a versão popular já estava nas prateleiras. No dia 1º de julho de 1979 era
lançado no Japão o Walkman TPS-L2, o primeiro modelo de áudio portátil do
mundo.
Ícone
dos anos 80
As fitas cassete e VHS se tornaram verdadeiros ícones gráficos
dos anos 80 e o Walkman era o sonho de consumo de 10 entre 10 adolescentes.
Vale destacar que naquela época a importação de produtos era mais difícil e
ninguém tinha um celular no bolso para tocar o que quisesse — e mais, não dava
para baixar exatamente a faixa que você queria para escutá-la das mais diversas
formas, como atualmente.
Some
isso ao fato de que um jovem oitentista tinha muito menos opções de
entretenimento. Nada de streaming com Netflix e Spotify ou
milhares de conteúdos on demand.
Então, ter sua própria “central musical
portátil” era algo para lá de sensacional.
Posteriormente, o Walkman passou a ser vendido em todo o
planeta, marcando uma geração inteira e revolucionando o mercado de áudio. Ao
longo dos anos 80, a Sony lançou diversos modelos, como o WM-2, o WM-20 e sua
evolução, o WM-109, que acumulou mais de 20 milhões de unidades vendidas.
A
“morte” do Walkman
E como um aparelho fantástico como esse “desapareceu”.
Bem, com
a própria evolução de seu conceito, em 1988, a Sony introduziu o Discman D-20,
que, em vez de usar as fitas cassete, partiu para os discos de leitura a laser.
Isso permitiu aos usuários escolher as faixas sem ter que passar uma a uma,
entre outras vantagens de gravação. Os CDs virgens também passaram a ser muito
mais baratos do que as fitinhas magnéticas.
Já
nos anos 90, o Walkman foi aos poucos caindo no ostracismo, especialmente com
os modelos mais poderosos de tocadores de CD. Nos 2000, os iPods e MP3; e nos
2010 os celulares e gadgets sem fio decretaram de vez a morte das fitas
cassetes.
Fonte:
Product Placement/Reprodução
Peraí, eu disse “decretaram de vez”? Não é bem assim: ainda tem
muita gente que gosta da fidelidade de gravações das fitas, que até hoje se
mostram como repositórios de informação muito mais duráveis do que qualquer CD
um dia foi. E com o charme desse dispositivo revolucionário presente em filmes
e séries, como “Guardiões da Galáxia” e “Stranger Things”, o Walkman talvez
seja dessas coisas que sempre terão um revival nostálgico de uma invenção que
chega aos 40 anos de idade.
Fontes: Business Insider/Sony
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