Não faz muito
tempo, os torrents e o compartilhamento peer-to-peer tomaram de assalto o
conteúdo digital, seja de livros, canções, filmes, séries, quadrinhos, etc. A
distribuição desse material via streaming, com plataformas mais sofisticadas,
seguras e com bom custo-benefício causou um declínio na pirataria via
BitTorrent. Mas… um novo estudo diz que a ação dos bucaneiros virtuais voltou a
crescer.
"Tráfego de conteúdo audiovisual
representa 58% do tráfego global"
O “The Global
Internet Phenomena Report”, da Sandvine, publicado no final do ano passado, retrata bem esse cenário. A começar pelo aumento da oferta de vídeo: o
audiovisual representa cerca de 58% do tráfego global e somente a Netflix responde por 15% dos dados
enviados às residências dos assinantes via streaming.
Segundo o levantamento, em 2011,
o BitTorrent respondia por 52% do upstream em redes de banda larga fixa na
América do Norte — no auge da troca ilegal via sites como Pirate Bay e Kickass
Torrents. Já em 2015, com ofertas mais acessíveis de serviços como a Netflix e
Amazon Prime Video, essa prática caiu consideravelmente, para 26,83%.
Fonte:
Sandvine
Agora, baixar ou assistir online em sites ilegais “voltou à
moda”, com aumento de 32%. “Mais fontes estão produzindo conteúdo exclusivo,
disponível apenas em uma plataforma de streaming ou serviço de transmissão.
Pense em ‘Game of Thrones’ para a HBO, ‘House of Cards’ para a Netflix, ‘The
Handmaid’s Tale’ para o Hulu ou ‘Jack Ryan’ para a Amazon. Fica muito caro para
o consumidor ter acesso a todos esses serviços — então ou eles assinam um ou
dois ou pirateiam”, diz Cam Cullen, que liderou a pesquisa.
Disney e Apple vêm aí e serviços
devem aprimorar segurança
A boa notícia, para quem adora filmes, séries e animações, é que
vários outros serviços de streaming devem aparecer nesta temporada, incluindo
dois peso-pesados da indústria: a Disney e a Apple. Já o lado ruim é para os
nossos bolsos, pois com mais plataformas também vem mais conteúdo exclusivo — e
outra conta para pagar no final do mês.
Se você acumular hoje os pacotes
mais simples da Netflix (R$ 19,90), da Amazon Prime Video (R$ 7,90 por seis meses
e R$ 14,90 após) e Globo Play (R$ 12,90), vai desembolsar menos de R$ 50
mensais, com boa qualidade de imagem e som e em um valor bem abaixo de vários
combos de TV a cabo.
Europa
e Ásia são líderes no consumo de banda larga não encriptada e via streaming.
Fonte: Sandvine
Acontece que para usufruir todas
e mais as que estão por vir é preciso lidar com cada sistema de pagamento e
atendimento — e isso pode ser um grande incômodo caso você tenha problemas com
mais de uma. Além disso, há o fato de que muitas das pessoas normalmente querem
um segundo serviço só para ver um ou outro filme ou série original.
O mercado ainda vem se adaptando
e se ajustando ao comportamento e consumo dos usuários e certo é que, com o
aumento da pirataria, veremos também um aumento da contrapartida das companhias
para proteger seus produtos. Mais de 50% do tráfego na web já acontece de forma
encriptada e com a entrada da Netflix na Motion Picture Association of
America (MPAA), o cerco deve ficar ainda
mais apertado para os bucaneiros.
Fontes: MOTHERBOARD RUBICON
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