Nesta quarta-feira (27), o projeto
OneWeb lançou, a partir de um foguete russo Soyuz, os primeiros seis satélites
que criarão uma frota para fornecer internet banda larga a usuários de todo o
mundo, com o objetivo de que seu sinal cubra totalmente a superfície da Terra.
Segundo Greg Wyler, presidente
executivo da OneWeb, a empresa pretende lançar à órbita quase 2 mil satélites,
mas afirma que 600 deles serão suficientes nesta primeira fase de projeto.
Entre os investidores da empreitada, estão nomes de peso como Virgin Group,
SoftBank, Airbus, Qualcomm e Coca-Cola.
A OneWeb tem contratos assinados com a Roscosmos e a Arianespace para 21
lançamentos comerciais de 672 satélites usando os foguetes Soyuz, com quase US$
1 bilhão envolvidos.
O projeto da internet global da
OneWeb vem sendo desenvolvido há cinco anos. Atualmente, os satélites de
internet que usamos estão situados sobre o equador, a pouco mais de 45 mil
quilômetros de altitude — distância um tanto quanto longa que torna a
transmissão e a conectividade mais lentas. Contudo, a partir de um ponto a
1.207 km de altura, os satélites da OneWeb orbitarão de um pólo a outro em uma
"dança" sincronizada acima da Terra, então, teoricamente, pelo menos
um satélite estará acima de você quando você precisar se conectar, com o
conjunto, então, fornecendo uma cobertura ampla e veloz a todo o planeta. Os
terminais transmitirão sinais Wi-Fi, LTE e 3G.
Adrian Steckel, CEO da One Web, disse
ao The Verge que o projeto também prevê a cobertura de internet para escolas e
governos em locais que estão mais isolados, em áreas remotas, onde a fibra é
muito cara ou simplesmente não é algo viável.
E se essa ideia lhe parece familiar,
é porque a SpaceX também
vem trabalhando em um projeto do tipo chamado Starlink, cujo objetivo é lançar
12 mil satélites no total com a mesma finalidade da OneWeb. Em fevereiro do ano
passado, a empresa de Elon Musk lançou os dois
primeiros satélites em caráter de testes, e a empresa também estaria levantando US$
500 milhões para viabilizar a ideia.
Após esse lançamento de hoje da
OneWeb, a empresa pretende enviar os satélites restantes em lotes de 36
unidades usando os foguetes Soyuz operados pela Arianespace, com um total de 21
lançamentos para que a primeira "constelação" de satélites seja
completada.
A iniciativa é importante para
garantir uma internet realmente global, chegando a todas as pessoas do mundo.
Contudo, especialistas estão preocupados com a quantidade colossal de novos
satélites na órbita da Terra. No momento, há cerca de 1.800 satélites
operacionais, além de uma enorme quantidade de lixo espacial (contendo
satélites que já não funcionam mais). Então, esses novos empreendimentos podem
quadruplicar, rapidamente, esse número, aumentando significativamente o risco
de espaçonaves se chocarem contra satélites em órbita. Cada um desses satélites
de internet têm uma vida útil de cerca de cinco anos, e, para a NASA,
é preciso que essas empresas garantam a "limpeza" da órbita,
retirando os equipamentos de lá assim que completarem suas missões.
E a OneWeb não está alheia a esse
problema futuro, com planos de reduzir a altitude dos satélites após os cinco
anos de vida útil, aproximando-os da Terra para que, aos poucos, eles sejam
atraídos pela gravidade do planeta e, então, sejam queimados em sua reentrada
na atmosfera, sem risco de choques contra o solo. A rival SpaceX segue a mesma
linha de pensamento, declarando no final do ano passado que os satélites do
projeto Starlink seriam mesmo
mais seguros em uma órbita mais baixa.
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