Apenas
em Mogi das Cruzes cerca de 900 pessoas passam a cada mês na biblioteca em
busca do empréstimo de livros. Livros impressos não ficam parados nas
prateleiras e estão disponíveis para leitura até mesmo nos ônibus da cidade.
Apesar da praticidade e custo
mais baixo dos livros digitais, os impressos ainda continuam encantando e
apresentando um novo universo a quem se dedica a folhear as páginas.
Apenas em Mogi das Cruzes são
cerca de 900 pessoas que passam a cada mês na biblioteca em busca do empréstimo
de livros.
Entre eles está Vera Lúcia de
Paiva Miranda, de 64 anos, tem um cadastro antigo na biblioteca. Ela conta que,
no mínimo, pega três livros por mês. "Eu pego um livro e entrego um livro.
Pego outro e devolvo e assim vai."
O acervo da biblioteca conta com
aproximadamente 45 mil títulos, entre romances, teóricos e infantis. Os livros
espíritas de Zibia Gasparetto são os preferidos de Vera, mas ela também gosta
de procurar títulos que contem sobre culturas diferentes para poder
"viajar através das palavras", como ela mesmo diz.
Além disso, ela ensinou o hábito
da leitura para a filha e a neta. "É importante manter a mente
aberta", completa.
Aprendizado através dos livros
Virgínia, primeira à esquerda, ajudou a fundar biblioteca
comunitária no bairro Novo Horizonte — Foto: Virgínia Santos/Arquivo Pessoal
Já para a jovem Virgínia Santos,
de 16 anos, os livros revelaram um novo mundo. Moradora do bairro Novo
Horizonte, região periférica de Mogi das Cruzes, ela descobriu nas páginas dos
livros histórias de ficção científica e até um novo idioma: o russo.
O interesse para a leitura veio
com o tempo. Quando era mais nova, Virginia não chegava até o final de uma
edição. Foi então que se apaixonou por livros de Sherlock Holmes. “Eu li e me
apaixonei, ai comecei a ler sem parar”, conta.
A adolescente conta que devorava
um livro a cada semana, mas quando ingressou no ensino médio em tempo integral
precisou diminuir o ritmo de leitura por causa dos estudos.
Mesmo assim, na sua rotina ela
ainda encontra tempo para o trabalho voluntário em uma biblioteca, leituras e
até mesmo para o aprendizado de russo. “Ouvi uma música de uma banda russa e
pensei: nossa que diferente. Acabei pesquisando por livros de gramática e
assisto vídeos no Youtube. No começo foi bem difícil, mas já faz três anos que
eu estou estudando e consigo entender bem o idioma.”
A preferência pelo idioma fez com
que muita gente ficasse surpresa e Virgínia conta que chegou a pensar em
desistir. “Eu fiquei frustrada porque algumas coisas não entravam na cabeça.
Mas, por meio de um site de aprendizado, conversei com um russo e ele me
incentivou a continuar”, conta.
A paixão pelos livros de Virgínia
só cresceu e, desde então, ela conta com uma minibiblioteca com cerca de 60
livros, além de infinitos PDFs de obras disponibilizadas em bibliotecas
públicas online.
Para não ficar distante dos
livros, Virgínia também é voluntária há quatro anos na Missão Intensidade, ONG
que realiza trabalhos sociais com os moradores do bairro do Novo Horizonte, em
Mogi das Cruzes. Ela participa de atividades como rodas de conversas com os
jovens.
Livros em Movimento
Livros viajam pelas linhas de ônibus de Mogi — Foto:
Reprodução/TV Diário
Já que livro não deve ficar
parado, uma das empresas que opera o transporte público de Mogi colocou os
exemplares para viajar nas linhas da cidade.
Os passageiros, durante a viagem,
podem escolher um livro para ler e, se quiserem, podem até levar o exemplar
para casa, mas depois devem devolver no ônibus.
Além da compra de livros no
início da ação, a empresa também recebeu doações. Os ônibus que contam com a
“biblioteca” estão identificados visualmente. Ao todo, são cerca de 500 livros
no acervo.
Quem quiser colaborar com a
iniciativa, pode entregar as doações em caixas identificadas nos terminais de
ônibus da cidade.
Fonte: G1
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