Quem nunca
procurou sintomas de doenças no Google que atire a primeira pedra.
Uma pesquisa divulgada na última semana revelou o que muitos sabiam: mais de
50% dos pacientes buscam informações sobre seus problemas de saúde antes de
irem ao hospital.
Pesquisadores
da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, analisaram o histórico de
busca de 103 pacientes e descobriram que 53% realizaram buscas relacionadas aos
sintomas que sentiam nos sete dias que antecederam a visita ao médico.
Além dos
sintomas, muitos tentavam descobrir exatamente a doença manifestada. Cerca de
15% dos pacientes ainda buscavam o endereço de serviços de emergência e
hospitais próximos da sua localização.
No geral,
as pesquisas sobre saúde dobraram na semana anterior à visita em comparação aos
hábitos comuns de pesquisa dos pacientes.
"Aprendemos
muito sobre as perguntas que os pacientes fazem antes de tomarem a decisão de
visitar um serviço de emergência, bem como seus cuidados após a visita",
disse o autor principal do estudo e pesquisador do Centro de Medicina Penn da
Universidade para Saúde Digital, Jeremy Asch.
Há anos,
Asch e outros pesquisadores tentam utilizar históricos digitais como uma forma
indireta de estudar as atitudes ou comportamentos relacionados à saúde das
pessoas. Ao longo do tempo, pesquisadores até sugeriram que o Twitter e outras redes sociais
poderiam ser usadas para prever surtos de doenças como a gripe, mas as
postagens são, por sua natureza, uma métrica imperfeita do que realmente está
na mente das pessoas.
Segundo os
pesquisadores, o estudo divulgado na última quinta-feira (21) é o primeiro a
acoplar e entender a relação entre as pesquisas na internet e o histórico
médico das pessoas. Asch conta que um paciente pesquisou "qual é o tamanho
de uma noz" e depois "o que é um tumor fibroso?". Uma olhada nos
seus registros médicos revelou que o médico havia dito à ele que seu tumor
fibroso era do tamanho de uma noz.
"O
médico que cuida desse paciente pode ter acreditado que uma comunicação eficaz
ocorreu", disse Asch. "Mas, se o paciente tiver que procurar os dois
termos-chave, fica claro que a comunicação do paciente não foi eficaz o
suficiente".
O Google
se tornou importante para aliviar a preocupação das pessoas em relação à saúde,
mas também tem desvantagens: médicos e estudos argumentam que informações
confusas ou mitos podem assustar quem pesquisa sobre o assunto, prejudicando a
confiança das pessoas com seus médicos.
Para os
pesquisadores da Universidade de Pensilvânia, o fato de que tantos pacientes
estarem dispostos a compartilharem seu histórico do Google é um bom sinal de
que podemos usar informações digitais para entender "melhor os cuidados de
saúde e o conhecimento, atitude e comportamento da população geral".
Para o
estudo, os autores perguntaram a mais de 700 pessoas de uma sala de emergência
se eles tinham uma conta na Google. Cerca de 300 confirmaram a informação.
Entre os que aceitaram participar do estudo, foram eliminados os pacientes em
risco de vida (como vítimas de tiroteio) e menores de idade. O estudo foi
realizado entre março de 2016 e março de 2017 e publicado na revista médica BMJ
Open.
Fonte: Gizmodo
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