A popularização dos
serviços de transporte por aplicativo contribuiu para uma redução nas mortes no
trânsito. A constatação está em pesquisa do Observatório Nacional de Segurança
Viária, uma organização sem fins lucrativos, que concluiu que 68,5% dos
brasileiros preferem pedir um carro pelo celular em vez de saírem dirigindo
após beberem. A maior mudança de comportamento nesse sentido está entre os
jovens dos 18 a 24 anos, com 75% dos entrevistados afirmando seguir esse
direcionamento.
Uma maior penetração dessa
conscientização nas grandes cidades também ajuda a reduzir os acidentes.
Metrópoles como São Paulo, por exemplo, aparecem acima da média nacional, com
81% dos ouvidos afirmando preferirem os aplicativos enquanto estão
alcoolizados. A região metropolitana do Rio de Janeiro também está acima do
total do país, com 77% respondendo positivamente a esse questionamento.
Os dados coincidem
com números divulgados pelo Ministério da Saúde. As informações mais recentes
são de 2016, quando houve queda de 17% no número de mortes no trânsito, com
37,3 mil casos registrados (em 2012, por exemplo, foram 44,8 mil). E, aqui,
ainda estamos falando de períodos em que os aplicativos de transporte não eram
tão abrangentes e populares, com a expectativa do ONSV sendo de uma queda ainda
maior nos incidentes.
Essa redução, de
acordo com José Ramalho, presidente da instituição, deve ser de 4% a 6% ao ano.
Ele cita também a Lei Seca, que tornou mais severa a punição para quem for
flagrado dirigindo alcoolizado, como um fator para a preferência pelos
aplicativos. Quem for pego embriagado ao volante está sujeito a multa de R$
2.934 e suspensão da habilitação por 12 meses, além de penas de prisão de cinco
a oito anos caso se envolva em um acidente grave ou cause a morte de alguém.
Além disso, a pesquisa cita outros
fatores para a preferência pelos aplicativos de mobilidade em vez do veículo
próprio, como o risco de assaltos e roubos de carros, citado por 50% dos entrevistados;
a dificuldade de achar lugar para estacionar (30%); relação entre custo e
benefício (16%) e problemas com o transporte coletivo (9%).
Nas principais praças, a penetração
já é grande, com 59% dos moradores do Rio de Janeiro afirmando preferirem os
aplicativos ao transporte coletivo tradicional. Em São Paulo, esse número é de
44% e, em todos os casos, os veículos próprios ficaram atrás dos sistemas de
mobilidade pública, indicando que questões relacionadas a trânsito,
estacionamento e outras também são levadas em conta no caminho até o trabalho
ou estudo, e não apenas na hora de festejar.
A pesquisa do ONSV
foi realizada pelo Datafolha e também contou com o apoio da Uber. 3.531 pessoas foram
entrevistadas entre os dias 2 e 10 de abril deste ano, em um trabalho que faz
parte das iniciativas de conscientização do Maio Amarelo. A campanha global é
voltada para a conscientização da população sobre segurança e civilidade no
trânsito, em prol de uma redução no número de acidentes.
Fonte: Agência Brasil
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