Nesta quinta-feira
(15) o atual dono do NSO Group, empresa israelense de segurança eletrônica,
afirmou que fará o que for necessário para garantir que o spyware da empresa
não seja usado para violações dos direitos humanos.
A declaração veio dias depois da
descoberta de que a companhia havia criado um código malicioso que podia ser
enviado através de uma chamada de voz no WhatsApp, e instalado no
computador da vítima mesmo que ela não tivesse atendido a ligação. Esse código
criava uma vulnerabilidade no app que permitia a
hackers acessar o aparelho onde o mensageiro estava instalado e
colocar nele spywares sem o conhecimento da vítima — fato que fez com que a
Anistia Internacional pedisse pela revogação da licença para exportação de
produtos da NSO.
Desde fevereiro
deste ano, a NSO pertence à Novalpina, um fundo de investimentos pertencente ao
bilionário inglês Stephen Pell. Ainda que os porta-vozes da Novalpina não
tenham entrado em detalhes sobre ataques específicos que utilizaram a
ferramenta da NSO, eles afirmaram que irão investigar todas as alegações de uso
inapropriado do programa israelense, retomando ainda que essa tecnologia havia
sido criada para a utilização apenas em investigações de agências de
inteligência para a prevenção de ataques terroristas.
Ainda que a
companhia esteja tentando mostrar boa vontade, é preciso lembrar também do fato
de que há meses a NSO tem negociado com a Anistia Internacional modos de como
os aplicativos e ferramentas de espionagem da companhia poderiam ser usados sem
ferir a Declaração Universal dos Direitos Humanos, mas em nenhuma dessas
conversas ela sequer citou a brecha no WhatsApp provocada por uma dessas
ferramentas.
Apesar disso, em carta endereçada
nesta quinta (15) para a Anistia Internacional, a NSO garante que a descoberta
desta brecha será um novo marco para a empresa, e que criará novas regras de
atuação que coloquem a transparência e os direitos humanos como principal
norteador de suas decisões.
Enquanto isso, nos próximos dias a Anistia irá
decidir se revogará ou não a permissão para exportação de software da NSO. Caso
a licença seja revogada, a empresa israelense levará um baque, já que isso
significará que seus programas não poderão ser usados em qualquer país que não
seja Israel.
O WhatsApp foi
rápido em resolver o problema, e na terça-feira (14) já pediu para que os
usuários atualizassem seus aplicativos, já que a versão mais recente do
programa corrigia essa vulnerabilidade criada pela ferramenta da NSO.
Caso você
não saiba como fazer isso, nós te ensinamos
o passo a passo do que deve ser feito. (Canaltech)
Fonte: Reuters
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