Você confia no
conteúdo das redes sociais? Está confortável com o governo e as ações dos
políticos? Essas são algumas das respostas procuradas pela pesquisa Edelman
Trust Barometer de 2019, que cria um “ranking de confiança” da população em uma
série de setores da sociedade, de governos a instituições, passando pela mídia.
O TecMundo acompanhou os resultados durante a IFA GPC 2019, na região da
Andaluzia, Espanha.
De acordo com o
estudo, que coletou opiniões de 33 mil pessoas em 26 mercados, o Brasil passa
por um momento de “desconfiança”, alguns pontos abaixo do que a escala
considera neutro. No geral, todas as instituições tiveram um pequeno aumento na
confiança, mas os setores mídia e governo continuam um degrau abaixo.
Mídia em baixa...
De acordo com a
pesquisa, o campo da mídia no Brasil está abaixo do nível mínimo de confiança
do ranking: totalizamos 41 pontos, sendo que o mínimo para ser considerado
confiável é 49 pontos. Foi registrada uma pequena de 2 pontos do ano passado
para 2019.
Ainda assim, o
jornalismo tradicional e as pesquisas na internet continuam com um nível
relativamente alto de crédito. O estudo mostra que há um crescimento
considerável no campo dos “amplificadores”, que são as pessoas que leem muito
conteúdo e compartilham essas informações online ou em contatos pessoais.
Por outro lado,
as redes sociais atingiram uma pontuação baixa no setor. Segundo a Edelman, 73%
dos entrevistados estão preocupados com informações ou notícias falsas “sendo
usadas como uma arma” No caso do Brasil, a crença em sites como Twitter e
Facebook é maior que a média mundial, mas ainda baixa.
...Tecnologia em alta
O setor de
tecnologia tem muito o que comemorar. Mundialmente e no Brasil, os níveis de
confiança são os mais altos dos últimos cinco anos e, segundo o estudo, foi
criada uma “aura” em torno do meio que a torna tão especial aos olhos da
população. O motivo? Uso diário de aparelhos como celulares e computadores, e
acreditar que eles são capazes de tornar a vida melhor.
Por outro lado,
foram várias críticas ao setor recentemente por questões éticas, desde modelos
de negócios até privacidade. Além disso, subsetores do mercado estão ainda sob
um alto nível de desconfiança. A população em geral ainda não está
familiarizada (e, por isso, até evita) tecnologias como blockchain, IA e carros
autônomos, ou teme mudanças que elas podem causar, como a perda de empregos.
"O Brasil é o sexto país do
mundo que mais demonstrou acreditar em tecnologia na pesquisa deste ano".
Além disso,
duas conclusões curiosas apareceram: somos uma das poucas nações que acredita
que o mundo estará melhor daqui a cinco anos e, por uma baixa confiança no
governo, concordamos que empresas podem tomar ações específicas que dão lucro e
melhoram condições econômicas e sociais nas comunidades em que ela opera.
Já de forma
global, 77% dos entrevistados concordam que companhias deveriam fazer mais para
ajudar o sistema educacional e modernizá-lo.
Tendências do setor de tecnologia
A Edelman fez
algumas previsões sobre o que esperar da área -- e os caminhos apontados são
bastante interessantes.
· "Re-treinamento” dos próprios funcionários:
em vez de trocar a equipe com frequência, fazer treinamentos constantes com o
time atual para que eles desenvolvam novas competências e se adaptem à
necessidade.
· Ativismo do CEO: tomada de decisões e
iniciativas não só em negócios, mas impactando mudanças culturais em suas
ações. CEOs deveriam “liderar a mudança” em vez de esperar que o governo faça
isso em áreas como pagamento igualitário, discriminação e privacidade.
· Ativismo dos funcionários: a equipe também deve lutar
por mudanças na organização.
·Investimento em comunidades e
sociedades: contribuir
com os locais em que essas empresas estão, seja em educação, moradia,
treinamento ou outras atividades.
· Fake news: o cuidado deve ser uma
preocupação ainda frequente no setor.
A pesquisa
completa com todos os dados (em inglês) pode ser conferida aqui.
Fonte: EDELMAN
Nenhum comentário:
Postar um comentário