No mês de
abril, dois ensaios clínicos de "vacinas" contra o câncer tiveram
resultados positivos em suas primeiras fases. Um dos experimentos, que
trata de câncer colorretal, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade
da Filadélfia e da Universidade Thomas Jefferson, ambas nos Estados Unidos, e
envolveu 10 pacientes com câncer de cólon nos estágios I e II. Já o segundo,
que trata de linfoma, foi elaborado por pesquisadores do Hospital Mount Sinai,
também nos EUA, e seus testes envolveram 11 pacientes.
Apesar de serem chamadas de
vacinas — já que envolvem o sistema imunológico do paciente —, são usadas em
pessoas que já possuem a doença. Os resultados positivos significam que os
tratamentos são seguros em uma pequena quantidade de indivíduos e novos testes
podem ser feitos.
De acordo com a
pesquisa de câncer colorretal, disponível no periódico científico BMC, o tratamento treina o sistema
imunológico do paciente para atacar a molécula GUCY2C, que está presente em
excesso nas células desse tipo de doença.
"Existe
uma necessidade urgente de entender o que alimenta o crescimento do câncer
colorretal e usar esse conhecimento para desenvolver novas terapias", cita
a diretora do Sidney Kimmel Cancer Center, Karen Knudsen, ao site EurekAlert. "Essa pesquisa
representa uma das primeiras evidências de que é possível guiar o sistema
imunológico do paciente e destruir esse tipo de doença de uma forma
segura", completa.
Novas
descobertas
Apesar de certo
desconforto logo depois da injeção, nenhum dos pacientes demonstrou efeitos
colaterais sérios. Os próximos testes determinarão a eficácia da vacina em
diminuir o crescimento de tumores. Após o começo do ensaio, os pesquisadores
descobriram que a molécula GUCY2C está presente em outros tipos de câncer, como
de pâncreas.
A pesquisa da
vacina contra o linfoma está disponível no site Nature
Medicine e funciona de forma similar. O tratamento acontece
dentro do tumor, onde um estimulante é injetado para recrutar células
imunológicas. Depois disso, uma pequena dose de radiação é usada com um novo
estimulante para ativar as células dendríticas, que dão instruções aos
linfócitos T para atacar o tumor.
Três pacientes
demonstraram reduções no tumor e em outras áreas do corpo, levando à remissão
da doença, mas novos testes devem ser feitos para que se tenha qualquer
conclusão. Além disso, é importante ressaltar que os tratamentos não são curas
definitivas e foram testados em um pequeno número de indivíduos.
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