quarta-feira, 17 de abril de 2019

Microsoft recusou oferta em reconhecimento facial em favor dos direitos humanos



Microsoft recentemente recusou um pedido de fornecimento de tecnologia de reconhecimento facial para uma agência de policiamento do estado da Califórnia, segundo o presidente da empresa, Brad Smith. A ideia era a de instalar o software nas câmeras acopladas aos uniformes de policiais, porém a oferta foi negada pela Microsoft sobre “preocupações com os direitos humanos”.

Segundo Smith, a recusa se deu pela possibilidade de aumentar a discriminação para com mulheres e pessoas de pele negra, haja vista que tecnologias de reconhecimento facial são majoritariamente treinadas em homens brancos, o que poderia levar a erros de interpretação e, consequentemente, prisões abusivas e incoerentes.

Recentemente, a Amazon viu seu software Rekognition cair em escrutínio pelos mesmos motivos: no estado do Oregon, a polícia local utiliza o software do grupoliderado por Jeff Bezos, apesar de testes comprovarem que ele apresenta falhas de reconhecimento e da própria Amazon ser alvo de pedidos que rogam pela paralisação da oferta e retirada do produto — até mesmo pelos seus próprios acionistas.

Pesquisas mostraram que softwares de reconhecimento facial vêm apresentando erros de identificação que regularmente colocam pessoas negras e mulheres em risco

“A qualquer hora que eles parassem alguém no trânsito, por exemplo,” — disse Smith, sem nomear a agência de policiamento — “eles executariam uma pesquisa facial comparativa à base de dados de suspeitos. Depois de considerarmos os impactos desproporcionais, nós dissemos que essa tecnologia não era a resposta que procuravam”.

As palavras de Smith foram ditas durante uma palestra ministrada por ele na Universidade de Stanford. Na ocasião, ele também disse que a Microsoft recusou um outro pedido, para instalar o software de reconhecimento facial por todas as câmeras da capital de um país que a organização sem fins lucrativos Freedom House
disse não ser livre, no sentido de nação austera.

Smith justificou dizendo que a tecnologia seria usada para suprimir as liberdades do povo local, novamente sem nomear o país.

Por outro lado, a Microsoft concordou em instalar o software em uma prisão nos EUA (sem nomear local, nome ou estado), após concluir que o uso da tecnologia na instituição correcional seria voltado ao aprimoramento da segurança dos detentos e funcionários.

Fonte: Reuters

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