Novamente, a Amazon está sendo
questionada por suas práticas internas: segundo informações da Bloomberg, a
gigante tecnológica concedeu para um time interno de analistas de produto
acesso aos dados de geolocalização e clipes de áudio de usuários de seus
alto-falantes inteligentes e da assistente virtual Alexa. O novo relato deriva
de uma situação similar, que também
abordamos no Canaltech,
de que a empresa estaria ouvindo as interações com a inteligência artificial.
Desta vez, porém, não é apenas o caso
de um grupo de pessoas ouvindo as suas conversas, mas também sabendo de onde
elas são originadas: aparentemente, junto de arquivos contendo clipes de áudio,
os dados providenciados a esses grupos também trazem informações de latitude e
longitude, com precisão exata o suficiente para que eles sejam capazes, se
quiserem, de determinar o endereço residencial de um usuário.
A Amazon, tal qual
anteriormente, confirmou as informações relatadas, porém assegurou de seu
rígido controle de uso dos arquivos e dados:
“(...) o acesso a ferramentas internas é altamente
controlado, e somente conferido a um número limitado de empregados que requerem
tais ferramentas para treinar e aprimorar o serviço por meio do processamento
de uma fração extremamente pequena de demonstrações de interação. Nossa
política rigidamente proíbe o acesso e o uso, por parte dos empregados, aos
dados dos consumidores para qualquer outra razão, e nós temos tolerância zero
para o abuso de nossos sistemas. Nós regularmente auditamos o acesso de
empregados às ferramentas internas e limitamos acessos sempre e onde nos for
possível”.
Novamente, a
Amazon parece estar concedendo acesso a dados cada vez mais importantes de
usuários: desta vez, a empresa forneceu informações de geolocalização de
usuários da Alexa
De acordo
com um dos tais “empregados”, porém, há motivo para preocupação. Ele informou,
sob condição de anonimato, que é relativamente fácil obter mais informações que
o necessário com esses dados. A Bloomberg diz em seu texto que “membros da
equipe com acesso às coordenadas geográficas de um usuário podem facilmente
digitá-las em softwares de mapeamento terceirizados e encontrar residências,
segundo alguns funcionários, que assinam termos de confidencialidade que lhes
barram de falar publicamente sobre o programa”.
A
Bloomberg ainda diz que, durante uma demonstração desse risco, um membro dessa
equipe de analistas copiou as informações do software interno da Amazon,
colou-as na busca do Google Maps, e encontrou a casa de um usuário em menos de
um minuto. Mais além, dois outros funcionários disseram acreditar que, até
recentemente, a maioria dos seus companheiros de trabalho no grupo tinham
acesso a tais dados, contrariando o posicionamento da Amazon.
Não há nenhum
indício, ainda bem, do mau uso de tais informações até o momento. Após a publicação
da matéria, a Amazon parece ter restringido o acesso a tais ferramentas, em
alguns casos até mesmo removendo membros da equipe de seu uso contínuo.
Fonte: Bloomberg
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