Vivek
Goyal não é exatamente um fotógrafo profissional, mas ele e seus colegas
desenvolveram um truque bastante interessante: eles conseguiram capturar a
imagem de um objeto que não está no alcance de uma câmera. Como assim? A equipe
demonstrou o feito na prática no campus da Universidade de Boston, onde Goyal
trabalha como professor de engenharia elétrica.
Na
sala utilizada, um monitor exibiu uma série de desenhos simples criados por um
de seus alunos. Entre eles, haviam figuras como o ícone de um cogumelo de Mario
Kart, um personagem amarelo no estilo dos Simpsons com um boné vermelho, entre
outras ilustrações. Eram essas que Goyal e sua equipe queriam registrar
enquanto a câmera estava apontada para uma direção completamente diferente.
Reprodução/Charles
Saunders
No
quarto escuro, a tela piscante que exibia as imagens acabava produzindo uma luz
difusa e pouco intensa na parede oposta, sendo que os fragmentos da imagem
projetada apareciam como um borrão. Depois, utilizando uma câmera, o aluno que
criou as ilustrações tirou 20 fotos da mancha borrada em questão, com 3
segundos de exposição em todas as fotos. As imagens foram enviadas para um
programa de computador, e eis que, após alguns minutos, a imagem exibida na projeção
- ainda que não muito nítida - foi reproduzida pelos cálculos do algoritmo
computacional.
Parece
mágica, mas trata-se de um processo de reconstituição: com a exibição da
imagem, a tela acaba emitindo luz para a parede e a câmera captura as imagens
difusas. Depois, com o uso das leis da física que consideram que a luz viaja
numa trajetória previsível, os pesquisadores criaram algoritmos que refizessem
o caminho dos raios de luz e reproduzissem o que estava sendo projetado na
parede oposta. Na teoria, seria possível fotografar não só a tela, mas qualquer
objeto não muito iluminado nessa mesma sala.
Reprodução/Nature
Os
dispositivos utilizados por Goyal e sua equipe incluem uma câmera que custa
aproximadamente 1400 dólares, preço pelo menos 30 vezes menor do que
equipamentos utilizados em outros experimentos do gênero, com lasers e sensores
extremamente sensíveis. Assim, segundo Gordon Wetztein, engenheiro elétrico da
Universidade, o projeto apontou que há situações em que não há necessidade de
equipamentos caros.
Fonte: WIRED



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