Se você é fã de ficções científicas espaciais tipo 2001: Uma Odisséia no espaço de 1968, ou os mais recentes Gravidade (2013) e Interestelar (2014), esse novo drama de exploração e mistério no espaço que segue em cartaz nos cinemas, é pra você.
O major Roy McBride é um engenheiro espacial, portador de um leve grau de autismo, que decide empreender a maior jornada de sua vida: viajar para o espaço, cruzar a galáxia e tentar descobrir o que aconteceu com seu pai, um astronauta que se perdeu há vinte anos atrás no caminho para Netuno, encarregado do projeto LIMA, que agora representa uma ameaça à humanidade.
Apesar do trailer mostrar muita cena de tensão e até mesmo sequências de ação, Ad Astra - Rumo às Estrelas é o que chamamos de "filme arte". James Gray dirige esse drama espacial com bastante competência e minuciosidade, com planos abertos ressaltando grandiosidade, abrindo o longa com uma espécie de torre nabalesca, nos proporcionando uma visão espetacular.
Não que as cenas de ação não estejam lá, mas apenas costuram a trama, pois questões existenciais e reflexivas, aderindo a ideia de que a imensidão do espaço sideral é um lugar onde o homem pode se encontrar consigo mesmo, é na verdade o grande foco.
A produção é de primeira, visual e esteticamente belíssima, utilizando efeitos especiais ultra realista, toda a ambientação interplanetária é crível e imersiva. O cuidado com cada planeta visitado é incrível, a passagem pela lua então, é memorável, ao nos surpreender com uma cena de perseguição de veículos, que me lembrou Mad Max - A Estrada da Fúria de 2015 de tão instigante.
Mas definitivamente Blade Runner 2049 do Denis Villeneuve, foi o que mais me veio a cabeça, pelo tipo de fotografia, composições visuais e contemplativas bem parecidas, além de uma trilha sonora engajante que mexe com nossos sentidos, do compositor Max Richter.
Estrelando, produzindo e narrando essa história, Brad Pitt está impecável em seu papel, o Major Roy é um interessante protagonista, compramos cada passo de sua jornada na busca por respostas, seus medos, treinamento, a obstinação de seu personagem é muito real e comovente.
Seu pai interpretado pelo veterano e excelente ator Tommy Lee Jones, é outro que está muito bem, sua fé quase obsessiva é muito bem feita, contando ainda com participações de Donald Sutherland e Ruth Negga, que merecem menção.
Todo mistério envolvendo o projeto LIMA, é muito bem desenvolvido e intrigante, mas quando este é revelado soa aquém das expectativas, algo muito pouco pra toda aquela construção tão bem estabelecida e eficaz, em conjunto com cenas espaciais tão maravilhosas, infelizmente.
Mesmo com todas as qualidades citadas, acredito que esse filme não é pra todo mundo, até pra mim que já estou acostumado, às vezes me pareceu lento e cansativo, pecando um pouco também no ritmo.
Ad Astra - Rumo às Estrelas é um espetáculo visual sensorial como poucos, imersivo e contemplativo.É dramático e melancólico, lida com sentimento forte de pai e filho que comove, tem mistério muito bem construído, com conclusão não muito satisfatória, mas é bem dirigido, produzido e atuado, e é um bom drama espacial.
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