A UBus, depois de poucos dias em operação,
teve sua atividade proibida pela prefeitura de São Paulo e veículos apreendidos
pelo município. O serviço, que criou uma espécie de “transporte público” por
aplicativo, se envolveu em confusão com Edson Caram, atual secretário
municipal de Mobilidade e Transportes de São paulo que, por sua vez, quer
estudar impactos do app antes de permitir a circulação dos ônibus.
A UBus estava em fase inicial do serviço. Tanto a Metra — dona
dos ônibus e possuidora da concessão da rota —, quanto a UBus, são propriedades
do mesmo grupo, embora funcionem paralelamente.
Secretário Municipal de Mobilidade e Transportes de
São Paulo, Edson Caram. (Fonte: Willian Cruz/VdB)
Antes de começar as atividades, a
UBus garantiu autorização da Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU),
ligada ao governo do Estado de São Paulo e responsável por linhas
intermunicipais, para atuar; mas não foi o bastante para impedir as ordens de
Edson Caram.
“Para usar o meu corredor, do
município, ele tem que ter autorização da secretaria municipal.
Independentemente de quem tenha dado autorização antes.”, disse o secretário ao
justificar a apreensão. Caram exige que estudos sobre os impactos causados pelo
serviço sejam apresentados antes de autorizar a circulação dos veículos.
Quem é a UBus?
O UBus é uma espécie de serviço de
transporte coletivo. Os ônibus da marca proporcionam alguns luxos para os
passageiros, incluindo WiFi, tomadas para
carregadores e lugares reservados.
O percurso, por enquanto, era único. Transportava
passageiros entre a avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na capital de São
Paulo, até São Bernardo do Campo, município vizinho localizado na região
metropolitana.
A atividade foi considerada
clandestina pelo secretário e ele ordenou a apreensão dos veículos do
serviço até que uma autorização municipal seja dada.
Autorizações inconsistentes
O site Tilt, da UOL, teve acesso aos registros
do trâmite da aprovação do serviço e constatou que tudo ia bem até o documento
chegar às mãos do secretário.
O processo começou no início de
setembro e a UBus garantiu autorização do EMTU — incluindo adesivos colados no
ônibus; SPTrans e até pela assessoria jurídica da secretaria municipal. No
entanto, ao chegar ao gabinete do secretário, a situação mudou e o processo foi
suspenso.
(Fonte: Eduardo Moura/Terra)
“Quando veio para o meu gabinete para
que eu assinasse e verifiquei que se tratava de aplicativo, mandei suspender,”,
disse o secretário em entrevista para o site.
A Metra afirma que não foi notificada
da mudança de posição do secretário Caram. A empresa considera a apreensão dos
15 novos ônibus irregular, justamente por já contar com autorização da EMTU
para circular.
Além disso, o secretário ainda pede
calma para a aprovação: “quanto mais pressão tiver no processo, pior fica.”,
disse ele. A prefeitura afirma que não há prazo para a resolução dos problemas
e os veículos seguirão apreendidos.
Um momento delicado
Recentemente, a prefeitura de São
Paulo anunciou que o transporte público paulistano está inaugurando o pagamento com cartão de débito, crédito ou por smartphone
por proximidade — embora ainda esteja em fase de testes.
Caram também revela que a próxima
novidade será o pagamento por QR Code, parecido com o que já existe em algumas
estações de metrô igualmente de São Paulo.
Portanto, é no mínimo curioso a
mudança de posição do secretário e a ordem de suspensão do serviço da UBus. O
grupo responsável pela empresa deve tentar acelerar o processo de autorização e
ter a posse de seus veículos novamente.
Até lá, os cidadãos que precisam
circular entre São Paulo e São Bernardo do Campo precisarão se contentar com o
serviço autorizado pela prefeitura.
Fontes: UOL | Tilt
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