sábado, 16 de fevereiro de 2019

Estação Espacial Internacional receberá telescópio solar brasileiro em 2022



Um novo telescópio solar brasileiro já tem data marcada para ser enviado para a Estação Espacial Internacional. O Sun-THz é uma versão aprimorada do telescópio brasileiro Solar-T, que em 2016 foi lançado pela NASA e realizou uma missão bem sucedida em um voo pela Antártica para a observar o Sol.

Com previsão de lançamento para 2022, o Sun-THz foi construído por uma equipe do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM) em colaboração com colegas do Centro de Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em parceria com o Instituto Lebedev de Física, na Rússia. Apesar de possuir peças nacionais em sua composição, a maior parte do novo telescópio fotométrico será construída na Rússia.

"A tecnologia e o conceito do telescópio foram desenvolvidos aqui. Os russos gostaram da ideia e a estão reproduzindo, colocando, porém, mais elementos. Estamos trabalhando na fronteira da tecnologia. Há 40 anos, essa fronteira era de 100 gigahertz, era o que dava para fazer. Com os resultados que vieram ao longo dos anos, buscamos frequências mais altas e temos boas perspectivas para o futuro," disse o professor Guillermo Giménez de Castro, coordenador da equipe.

Telescópio brasileiro Solar-T Foto: CRAMM

Construído para voos mais altos, o Sun-THZ será enviado para a Estação Espacial Internacional, onde poderá fazer medições das explosões solares de forma constante e trabalhará em uma frequência de 0,2 a 15 terahertz (THz), que só pode ser captada do espaço porque é absorvida pela atmosfera.

As primeiras descobertas de raios T vindos do Sol aconteceram no Chile causando grande perplexidade e agitação entre astrônomos anos atrás, fazendo com que instrumentos cada vez mais adequados fossem construídos para observá-los. Além do Sun-THZ, um telescópio chamado o HATs será instalado na Argentina até 2020 e trabalhará na frequência de 15 THz em solo para complementar as observações.

Astrônomos já olham para o futuro e aguardam novas melhorias em equipamentos de observação. Uma das principais expectativas é com a construção de sensores de grafeno, mais sensíveis à frequências em terahertz, que poderão detectar a polarização da luz além de serem mais versáteis por possibilitarem ajustes realizados eletronicamente. O Brasil já realiza experimentos para a criação de detectores desse tipo, especialmente no Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias.



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