Um novo telescópio solar brasileiro
já tem data marcada para ser enviado para a Estação Espacial Internacional. O
Sun-THz é uma versão aprimorada do telescópio brasileiro Solar-T, que em 2016
foi lançado pela NASA e
realizou uma missão bem sucedida em um voo pela Antártica para a observar o
Sol.
Com previsão de lançamento para 2022,
o Sun-THz foi construído por uma equipe do Centro de Radioastronomia e
Astrofísica Mackenzie (CRAAM) em colaboração com colegas do Centro de
Componentes Semicondutores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em
parceria com o Instituto Lebedev de Física, na Rússia. Apesar de possuir peças
nacionais em sua composição, a maior parte do novo telescópio fotométrico será
construída na Rússia.
"A tecnologia e o conceito do
telescópio foram desenvolvidos aqui. Os russos gostaram da ideia e a estão
reproduzindo, colocando, porém, mais elementos. Estamos trabalhando na
fronteira da tecnologia. Há 40 anos, essa fronteira era de 100 gigahertz, era o
que dava para fazer. Com os resultados que vieram ao longo dos anos, buscamos
frequências mais altas e temos boas perspectivas para o futuro," disse o
professor Guillermo Giménez de Castro, coordenador da equipe.
Telescópio
brasileiro Solar-T Foto: CRAMM
Construído
para voos mais altos, o Sun-THZ será enviado para a Estação Espacial
Internacional, onde poderá fazer medições das explosões solares de forma
constante e trabalhará em uma frequência de 0,2 a 15 terahertz (THz), que só
pode ser captada do espaço porque é absorvida pela atmosfera.
As
primeiras descobertas de raios T vindos do Sol aconteceram no Chile causando
grande perplexidade e agitação entre astrônomos anos atrás, fazendo com que
instrumentos cada vez mais adequados fossem construídos para observá-los. Além
do Sun-THZ, um telescópio chamado o HATs será instalado na Argentina até 2020 e
trabalhará na frequência de 15 THz em solo para complementar as observações.
Astrônomos
já olham para o futuro e aguardam novas melhorias em equipamentos de
observação. Uma das principais expectativas é com a construção de sensores de
grafeno, mais sensíveis à frequências em terahertz, que poderão detectar a
polarização da luz além de serem mais versáteis por possibilitarem ajustes
realizados eletronicamente. O Brasil já realiza experimentos para a criação de
detectores desse tipo, especialmente no Centro de Pesquisas Avançadas em
Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias.
Fonte: Inovação Tecnológica
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