terça-feira, 13 de agosto de 2019

J.R.A.FOTO-CRÍTICA: THE BOYS


Por João Ramiro Antunes

The Boys foi uma série de revistas em quadrinhos criada por Garth Ennis e Darick Robertson em 72 edições publicadas em 2006 e 2012, além de uma minissérie de 6 edições derivadas da série (Herogasm), publicada em 2009. As primeiras edições foram publicadas pela DC Comics, através da sua linha editorial Willdstorm, mas que fora cancelada pela editora, e o restante veio a ser publicado pela Dynamite Intertainment. 
Agora em 2019, os quadrinhos ganham vida pelo serviço de streaming Amazon Prime no formato de série televisiva para maiores de 18 anos,em sua primeira temporada no total de 8 episódios com quase uma hora de duração cada, e ambas as mídias contam a seguinte história: 
Quando a fama sobe a cabeça, alguns super-heróis passam a se corromper e usar seu status para se promoverem ainda mais, o que pode colocar em risco a própria população. Pensando nisso, uma equipe da CIA foi preparada para cuidar desse caso. 
Conhecidos como "os meninos" ou "The Boys", esses agentes têm a missão de vigiar o trabalho dessas personalidades, assim como controlar o surgimento de novos heróis. Tudo começa quando o jovem Huggie Campbell interpretado pelo ator Jack Quaid, tem sua namorada brutalmente morta na sua frente pela ação de um desses heróis. Na tv falam que foi um "acidente", mas pra ele foi um assassinato. Inconsolado com a perda, Huggie quer justiça, mas não sabe o que fazer. 
É nesse momento que surge Billy Bucther (Karl Urban) ou "Bruto", líder do tal grupo The Boys composto por ele, o esquentado Leitinho, o Francês, e a perigosa Fêmea, que o convida à se juntar e vingá-la, desmascarando esses irresponsáveis, pois essa não foi a única vez que isso aconteceu mesmo.
A série narra os eventos num mundo ficcional onde esses super-seres existem e vivem como celebridades, fazendo com que a política, o cinema, economia, redes sociais, e basicamente tudo gire em torno deles, escondendo suas verdadeiras naturezas, mas é mais focada em dois personagens, o jovem Huggie e a heroína Luz-Estrela (Erin Moriarty) que acaba de ser convocada pra se juntar à "Os Sete" (Uma espécie de Liga da Justiça) comandados pelo Capitão Pátria, o Superman dessa história. 
Talvez toda a representatividade que conhecemos e nos acostumamos sobre super-heróis estejam nela como: Bondade, senso de justiça e compaixão. Mas por ser ingênua e inocente, faz com que sofra e muito ao se deparar com péssimos exemplos de seus ídolos e parceiros, carregando todo o drama da série. Nesse meio tempo ainda rolam participações bacanas do Simon Pegg (Startrek) e Haley Joel Osment (O Sexto sentido). 
A trama é muito boa e envolvente, e o universo em que esses heróis existem é bem construído, principalmente pelo trabalho de marketing neles, que é muito bem feito e convincente nos revelando como querem que os vejamos e como estes são de verdade. 
Além de bons efeitos visuais e personagens interessantes e bem desenvolvidos, apesar de achar alguns uniformes meio "Cosplay", não me passando credibilidade suficiente, mas num modo geral estão Ok. 
Os roteiristas mandam bem, indo fundo na hora de mostrar o lado pútrido desses seres poderosos, mas apesar de entender e achar necessário para o que os autores quiseram contar, algumas realmente incomodaram minha experiência. O excessivo uso de linguagem chula, a violência gráfica e gore, nudez explícita, cenas de sexo, perversões e como tratam religião e o modo fútil que falam do próprio Deus, me tiravam constantemente, olha que muito desses itens foram "amenizados" da HQ nessa adaptação. Mas isso é pessoal, agora se você é daqueles que curtem o politicamente incorreto, sem restrições, vai se esbaldar aqui.
Outra coisa, mesmo sendo o ponto de partida da história, alguns personagens como o Trem-bala (Jesse T. Usher) ou o Profundo (Chace Crawford), pra mim, ambos soaram desinteressantes, gastando mais tempo de tela do que deveriam, algo que preferia ter visto investidos em outros, como o misterioso Black Noir por exemplo.
Os únicos que gostei de verdade, foram Billy Bruto e Capitão Pátria. Karl Urban está excelente com o líder dos The Boys, sua frieza e raiva é palpável, mas quem chama a atenção é o ator Anthony Starr com o Capitão Pátria. 
Sua interpretação é perfeita, e o único que me convenceu com o estereótipo do super-herói, fisicamente e visual. Junto com sua parceira a Rainha Maeve (Dominique McElligott) entregam a melhor cena da série, em um salvamento à um avião tomado por terroristas, tornando-a a mais forte e moralmente impactante dessa temporada.
Fora sua relação asquerosa materna/sexual com a atriz Elizabeth Shue como a ambiciosa Medellynn Stillwell, que faz a agenciadora dos super. Não foi à toa que após 6 edições da HQ, a DC Comics decidiu cancelar a série por estar incomodada com o tom das histórias. 
The Boys a mais nova série da Amazon Prime, é uma sátira exata à Liga da Justiça, é violenta e explícita desconstrução da figura do super-herói, apontando para os perigos do culto desse tipo de personagem - a influência das corporações e do dinheiro, mas principalmente, a natureza corruptora do poder absoluto. 

NOTA: 7/10

Assista o Trailer:


Ficha técnica completa 
Título
The Boys (Season 1) (Original)
Ano produção
2019
Dirigido por
Estreia
26 de Julho de 2019 ( Brasil )
Outras datas 
Duração
473 minutos
Classificação
18 anos
Gênero
Países de Origem

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