segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Funcionários do Google dizem não a contrato com alfândega americana


Uma petição, publicada na plataforma Medium e que também circula internamente no Google, traz em seu texto a recusa dos Googlers (como são chamados os funcionários da empresa) em participar do projeto proposto pela CBP - Customs and Border Protection, agência alfandegária que cuida das fronteiras do EUA.

A recusa se deve ao fato desse braço do governo ter cometido uma série de abusos nos últimos anos, no que eles chamam de “sistema de abuso e negligência maligna”, entre eles, as atrocidades ocorridas na fronteira do país envolvendo, sobretudo, crianças que chocaram o mundo todo e criaram uma crise na já não tão boa imagem do governo Trump.

Essa posição de protesto se fez necessária por causa da notícia de que a CBP está preparando uma concorrência para um contrato de computação em nuvem que visa otimizar a infraestrutura da agência, o que acaba por facilitar cada vez mais seus abusos. Eles são taxativos ao dizer:

Nós nos recusamos a ser cúmplices

“A história é clara: a hora de dizer NÃO é agora. Nós nos recusamos a ser cúmplices. É inconcebível que o Google, ou qualquer outra empresa de tecnologia, apoie as agências envolvidas na prisão e tortura de pessoas vulneráveis”. 

Google (Fonte: Pixabay/Reprodução)

O gigante da área de tecnologia se vê mais uma vez pressionado por seus colaboradores a desistir de uma parceria com o governo americano. Assim como ocorreu com o Projeto Maven, projeto do Pentágono que visava o uso de Inteligência Artificial em imagens captadas por drones para fins militares, um grupo de funcionários se posicionou contrário a mais um projeto que pode oferecer um perigo à conservação dos direitos humanos.

Cada vez mais os trabalhadores da indústria tecnológica vêm se posicionando contra toda e qualquer forma de desvio ético e moral no uso de suas ferramentas e se recusam a prover qualquer tipo de infraestrutura que possibilite abusos, principalmente aos mandos e desmandos de governos que não respeitam os direitos humanos. Agora, resta ao Google decidir qual posição será tomada.


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