O Facebook entrou
em uma nova crise envolvendo privacidade e segurança, desta vez com relação ao
mensageiro mais usado no mundo, o WhatsApp.
Tudo começou porque, de acordo com uma reportagem da revista Forbes, o app comprado
pela gigante em 2014pode ganhar uma espécie de "filtro"
capaz de burlar a criptografia padrão, separar mensagens de um bate-papo e
enviá-las para um servidor próprio.
Caso a informação proceda, a
criptografia de ponta a ponta atual — que impede que a empresa ou qualquer
intermediário intercepte o conteúdo da conversa entre você e um contato — terá
uma espécie de "brecha" proposital.
A partir dela, o Facebook seria capaz
de instalar algoritmos moderadores que funcionam com Inteligência
Artificial e filtros capazes de detectar o uso de certos termos em determinados
contextos. Porém, a história é mais complicada (e talvez menos apocalíptica) do
que parece.
Como tudo começou
De acordo com a Forbes, a tecnologia
foi sugerida em
maio deste ano, durante a conferência para desenvolvedores F8, que é
realizada anualmente pela empresa de Mark
Zuckerberg. Lá, foram mostrados os mais recentes avanços em moderação de
conteúdo automatizada, feita direto no aparelho do usuário e sem comprometer a
segurança das mensagens.
Porém, caso alguma atividade suspeita
seja encontrada, o sistema agiria como um grampo e teria a obrigação de
"fazer uma cópia do conteúdo anteriormente criptografado de volta para os
servidores centrais para analisá-lo melhor".
Ainda em março, o próprio Zuckerberg
afirmou em uma postagem que a companhia está trabalhando para identificar
eventuais criminosos "detectando padrões de atividade por outros meios,
mesmo que não seja possível ver o conteúdo das mensagens". Isso seria válido
para todos os mensageiros de seu império, incluindo o Messenger e
o WhatsApp.
A resposta do mensageiro
O vice-presidente do WhatsApp, Will
Cathcart, enviou a seguinte resposta ao site Hacker
News. "Para ser claro e cristalino, nós não fizemos isso, temos zero
planos de fazer e, se tivéssemos feito de qualquer forma, seria algo bastante
óbvio e detectável. Nós compreendemos as preocupações sérias que esse tipo de
aproximação pode levantar, que é exatamente o porquê de nos opormos a
isso", afirma o executivo.
Porém, como a palavra final deve ser
a da companhia-mãe, muitas dúvidas ainda permanecem. Cathcart foi contatado
pela Forbes para responder a algumas perguntas e opinar sobre os planos do
Facebook, mas se recusou a responder aos questionamentos.
Fontes: Forbes/Kalev Leetaru Hacker News
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