Exoplanetas
podem suportar uma variedade muito maior de seres vivos que a própria Terra, e
“esta é uma conclusão surpreendente", disse a pesquisadora Stephanie
Olson, ao apresentar sua pesquisa no Congresso de Geoquímica Goldschmidt
em Barcelona, Espanha.
Segundo
ela, "as condições em alguns exoplanetas com padrões de circulação
oceânica favoráveis podem ser mais adequadas para suportar vida mais abundante
ou mais ativa do que na Terra". Ela e sua equipe na Universidade de
Chicago recriaram as prováveis condições de vida em diferentes exoplanetas
usando o software ROCKE-3-D, desenvolvido pelo Instituto Goddard de Estudos
Espaciais (GISS) da NASA, para simular os climas e habitats oceânicos.
"A
vida nos oceanos da Terra depende do fluxo ascendente que retorna
nutrientes das profundezas escuras do oceano às porções iluminadas pelo sol.
Mais ressurgência significa mais reabastecimento de nutrientes, o que significa
mais atividade biológica. Essas são as condições que precisamos procurar nos
exoplanetas."
Oceanos terrestres não são tão
hospitaleiros
A
equipe descobriu que densidade atmosférica mais alta, rotações mais lentas e a
presença de continentes geram taxas de ressurgimento mais altas. A comparação
dos oceanos da Terra com a simulação de climas e sistemas oceânicos de
exoplanetas mostrou que os oceanos terrestres não são o melhor lugar
para se viver.
O
trabalho se concentrou em exoplanetas na chamada “zona habitável”, aquela
ao redor de uma estrela que permite água líquida na superfície dos planetas em
sua órbita.
Os planetas
do sistema Trappist-1 têm, provavelmente, oceanos (Fonte: NASA/Divulgação)
Ainda
não existem telescópios capazes de identificar exoplanetas apropriados e testar
essa hipótese, mas "este trabalho fornecerá diretrizes para garantir que
futuras missões saberão o que procurar", diz a pesquisadora.
Desde
1992, já foi confirmada a existência de 4.043 exoplanetas. O sistema
mais promissor é o Trappist-1, descoberto em 2017 a 40 anos-luz na direção
da constelação do Aquário. Orbitando uma estrela anã vermelha do tamanho de
Júpiter, há sete planetas, quase todos na zona habitável; destes, três podem
abrigar oceanos.
Fonte: Phys.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário