Descartada no
início do ano como alvo do programa de privatização do governo federal, a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos foi confirmada na lista das 17
estatais que serão vendidas ainda este ano. As escolhidas vão ser
anunciadas ainda hoje, mas a inclusão dos Correios foi adiantada pelo ministro
da Economia, Paulo Guedes, nesta terça-feira (20), durante um evento promovido
pelo jornal Valor Econômico em São Paulo.
Segundo a equipe econômica, para ser
privatizada uma empresas deve estar bem de saúde financeira (ou, ao menos,
saneada) para que alcance um bom valor de mercado (já que os recursos
arrecadados serão usados para abater a dívida pública). Em 2017, depois de
quatro anos no vermelho, os Correios voltaram a registrar lucro (R$ 667,3
milhões).
Apesar do bom resultado, a estatal
tem um longo registro de prejuízos (entre 2015 e 2016, foram mais de R$ 5
bilhões), casos de má gestão, queda na qualidade dos serviços e greves, além da
perda de mercado para empresas privadas na entrega de mercadorias,
principalmente no segmento de e-commerce. A crise não afeta apenas a
estatal: o Postalis (fundo de pensão dos funcionários envolvido em escândalos e
alvo de uma operação da Polícia Federal em 2018) tem um rombo de R$ 11 bilhões
e o Postal Saúde (plano de assistência médica), de R$ 3,9 bilhões.
(Fonte da
imagem: Correios/Reprodução)
Longo caminho a percorrer
As 17
empresas escolhidas devem ser incluídas no Programa de Parceria de
Investimentos (PPI) antes de serem postas à venda. A lista incluiria, além dos
Correios, as seguintes estatais: Empresa Gestora de Ativos (Emgea), Agência
Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), Serviço Federal
de Processamento de Dados (Serpro), Empresa de Tecnologia e Informações da
Previdência Social (Dataprev), Casa da Moeda, Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Centrais de Abastecimento de Minas
Gerais (Ceasaminas), Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Empresa de
Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.(Trensurb), Companhia Docas do Espírito Santo
(Codesa), Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Centro de Excelência em
Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), Telebras, Eletrobras, Loteria
Instantânea Exclusiva (Lotex) e Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp).
Em junho
deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o governo federal não
pode vender estatais sem o aval do Congresso e sem licitação, quando a
transação implicar a perda de controle acionário pelo governo.
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