Uma
reportagem da BBC News Brasil revelou como funcionam as
fraudes em grupos de Telegram.
Criminosos negociam desde dados pessoais de milhões de brasileiros, que
normalmente não sabem que estão sendo vítimas de golpes, até cédulas falsas,
internet 4G ilimitada ou planos de Netflix e Spotify por um
valor bem abaixo do real.
As fraudes
ocorrem em diversas comunidades de venda do aplicativo, que se beneficiam do
grande número de integrantes permitidos para passar credibilidade. Enquanto um
grupo de WhatsApp tem
o limite de 256 membros, no Telegram são permitidos até 200 mil integrantes.
Os hackers
conseguem acesso ao banco de dados do CadSUS, com informações como endereço,
data de nascimento e telefone de todas as pessoas cadastradas no Serviço Único
de Saúde. Com essas indicações é possível falsificar um cartão de crédito ou
hackear uma conta na Netflix, por exemplo.
Venda
ilegal de internet móvel. (Fonte: BBC/Reprodução)
Um desafio para as autoridades
Ter acesso
aos grupos é fácil, já que usar o Telegram no computador não exige um celular
conectado à internet. Mas, para especialistas em cibersegurança, existem diversas
barreiras que tornam quase impossível a identificação dos
criminosos. "Isso dependeria de um acordo entre o Brasil e o país
onde a empresa está sediada, acompanhado de um pedido da Polícia Federal para
quebrar essa criptografia ou ter acesso aos dados dos investigados. Ainda
assim, isso não garantiria o sucesso da investigação, pois o IP do computador
(identificação dele na rede) pode ter sido alterado nesse meio tempo",
disse uma fonte anônima para a BBC.
Nos casos
em que a polícia consegue chegar aos criminosos, a pena pode variar conforme o
ato ilícito praticado. A venda de dados pessoais de terceiros, por exemplo,
corresponde ao crime de estelionato e pode resultar em pena de 1 a 5 anos de
prisão.
Fonte: BBC Brasil
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