As estrelas de
nêutrons se formam após o colapso e a "morte" de sóis massivos e
estão entre os objetos mais densos e intrigantes do cosmos. Um desses astros
consiste na Pulsar de Vela, um remanescente de supernova que ocorreu há uns 10
mil anos e que se encontra na Constelação de Vela, situada por volta de 800
anos-luz da Terra.
Essa estrela, embora tenha massa
equivalente à do nosso Sol, não passa dos 20 km de diâmetro, o que demonstra o
quão densos esses objetos podem chegar a ser, e gira incrivelmente depressa,
completando cerca de 10 voltas sobre o próprio eixo a cada segundo.
Em 2016, os astrônomos observaram a
Pulsar de Vela fazer algo bastante estranho...
Esquisitice estelar
Segundo explicou Jackson Ryan, do
site C|Net,
durante as observações os cientistas notaram que a Pulsar de Vela apresentou
uma falha, uma espécie de "soluço" em sua alta rotação. Na realidade,
esse comportamento já foi observado em outras estrelas de nêutrons, mas ninguém
compreendeu muito bem. Agora, um estudo recém-publicado por pesquisadores da
Universidade Monash, na Austrália, oferece novas informações sobre esse curioso
fenômeno.
(Fonte:
Forbes/ICRAR/Universidade de Amsterdam)
De acordo
com os astrônomos, as estrelas de nêutrons, quando giram sobre o próprio eixo,
emitem um feixe intermitente de radiação eletromagnética, como se fossem um
gigantesco farol cósmico, que pode ser detectado aqui do nosso planeta. Além
disso, com o passar do tempo, esses objetos vão desacelerando gradualmente, tal
como um pião.
Entretanto,
às vezes acontece a falha estranha que faz com que, no lugar de as estrelas
começarem a girar mais devagar, elas acelerarem. Trata-se de um comportamento
discreto, mas que pode ser medido, e os astrônomos australianos conseguiram acompanhar
o evento do início em 2016. Conforme o estudo, a equipe observou que, antes de
"soluçar", a Pulsar de Vela deu uma breve desacelerada e só então
começou a girar novamente, e mais depressa.
Uma
possibilidade, segundo os cientistas, é que é a própria desaceleração gradual
sofrida pelas estrelas de nêutrons que causa a falha, mas os mecanismos
por trás dessa movimentação ainda são um mistério. Contudo, os astrônomos
esperam que as novas observações que foram detalhadas na publicação ajudem a dar
origem a teorias que possam culminar com a solução desse intrigante mistério.
Fontes: C|Net / Jackson Ryan
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