A porcentagem de
meninas que participam da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
(OBA), a maior olimpíada científica do Brasil vem caindo, no ensino médio, ano
a ano. De acordo com dados compilados para a Agência Brasil, em 2010,
quando elas eram maioria, chegaram a representar 53,9% dos participantes. A
partir de então, essa participação foi caindo. Em 2018, as meninas eram 48% do total.
Com inscrições abertas, a organização
da OBA pretende atrair mais participantes mulheres, sobretudo do ensino médio,
para a competição este ano. “Qualquer uma das profissões também pode ser
ocupada por mulheres, por que não as ciências exatas?”, diz o diretor da OBA e
astrônomo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), João Canalle.
A OBA está na 22ª edição e, ao longo
da história, mobilizou cerca de 10 milhões de estudantes. Os melhores
classificados na OBA representam o país nas olimpíadas Internacional de
Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica.
Canalle lembra que uma das primeiras estudantes a representar o Brasil nesta
Olimpíada, em 2011, foi a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP). “É uma
mulher e isso poderia incentivar as meninas a participarem mais das olimpíadas
científicas”, diz Canalle.
De acordo com os
dados de participação dos últimos dez anos, no nível 1 da OBA, voltado para os
estudantes do 1º ao 3º ano do ensino fundamental, a participação de meninas e
meninos é praticamente a mesma, a média é 50,3% garotas e 49,7%, garotos. A
diferença aumenta no nível 4, voltado para alunos do ensino médio.
A OBA organiza também a Mostra
Brasileira de Foguetes (MOBFOG), que neste ano está na 13ª edição. O evento avalia
a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível,
foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante.
Nesta competição, a participação dos meninos também é maior que a das meninas.
A média de participação delas, de 2009 a 2018, foi 48,1% no nível 1. A
porcentagem cai, considerando o mesmo período, para 46,4% no nível 4.
A presença de mulheres na ciência é
algo que vem sendo discutido tanto no Brasil quanto internacionalmente. Estudo
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(Unesco) mostra que apesar de serem cerca da metade da população mundial, as
mulheres representam apenas 28% dos pesquisadores em ciência, tecnologia,
engenharia e matemática.
Inscrições abertas
As inscrições para as escolas
públicas e particulares de ensino fundamental e médio que ainda não
participaram da OBA e da MOBFOG vão até o dia 17 de março. O cadastro é único
para os dois eventos e deve ser feito pelo site www.oba.org.br.
A prova, composta por dez perguntas, sete de astronomia e três de astronáutica,
será aplicada no dia 17 de maio.
Já os foguetes devem ser elaborados e
lançados individualmente ou em equipe. Após o dia 17 de maio, a escola deverá
informar os nomes dos participantes e os alcances obtidos por seus foguetes.
Todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes
que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas.
Os melhores colocados nas competições
também poderão participar de eventos voltados para o tema. Os alunos e os
professores podem se preparar para a prova através do aplicativo Simulado OBA,
disponível para celulares, tablets,
e computadores, e pelo site da
olimpíada, que fornece vídeos explicativos, além de provas e gabaritos das
edições anteriores.
A OBA é coordenada por uma comissão
formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência
Espacial Brasileira (AEB) e conta com o apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Universidade Paulista
(Unip).
Fonte: Agência Brasil

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