A Fapesp inaugurou na última
terça-feira (26) o Advanced Institute for Artificial Intelligence (AI²), uma
parceria entre pesquisadores de oito universidades paulistas com empresas e
startups de tecnologia com o objetivo de promover a interação de estudiosos do
setor de inteligência artificial para a criação de aplicações que possam ter
impacto socioeconômico relevante.
Para que esse objetivo possa ser
atingido, todas as instituições de ensino participantes terão uma rede de
espaços de trabalho compartilhados (coworking), que serão conectados com os
espaços das outras instituições a partir de um sistema de videoconferência.
De acordo com Sérgio Novaes,
professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e um dos idealizadores do
AI², a ideia é juntar o conhecimento em pesquisa fundamental sobre inteligência
artificial do meio acadêmico com a visão de mercado e aporte financeiro do
setor privado, o que permitiria a criação não apenas de novas tecnologias como
a de tecnologias que terão um impacto real no mundo.
Integram o projeto de forma inicial,
além da Unesp, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp), a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a
Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Presbiteriana Mackenzie, o
Centro Universitário FEI e a Escola Superior de Engenharia e Gestão (Eseg). Já
no setor privado, foram confirmadas as presenças da IBM, Intel, Petrobras, Grupo
Fleury e Serasa Experian. Os fundadores ainda revelam que a iniciativa ainda
está aberta para a participação de qualquer instituição de pesquisa, ou para
novos parceiros no setor empresarial do Brasil e do exterior,
No momento, os cientistas do AI²
estão envolvidos em três linhas diferentes de pesquisas, todas financiadas por
parceiros do setor privado. Enquanto um dos projetos tem como objetivo melhorar
o processo de perfuração de poços de gás e petróleo e desenvolver aplicativos
que identifiquem situações de risco em plataformas petrolíferas, outra linha de
pesquisa está mais interessada em fomentar o uso da robótica como ferramenta
educacional e estudar a relação entre homem e máquina. Já o terceiro projeto
tem como objetivo acelerar o processo de simulação de colisões de partículas
utilizando aprendizado de máquina — algo que se tornará importantíssimo para o
estudo do Grande Colisor de Hádrons (LHC) assim que ele for atualizado (a
previsão é de que isso aconteça até 2020) e o número de colisões simultâneas
geradas por ele quintuplicar.
Além desses três projetos principais,
a parceria com empresas privadas já está abrindo novas oportunidades de
financiamento, e a Serasa Experian já anunciou que irá conceder três bolsas de
pós-doutorado para pesquisas voltadas para análise de dados alternativos e
tecnologia de conversação e crédito — o objetivo é não apenas entender como os
consumidores escolhem um produto, mas também como eles financiam suas compras e
sanam suas dívidas.
Fonte: Agência Fapesp
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