A MPAA (Associação de Cinema dos
Estados Unidos) divulgou na quinta-feira (21) que o mercado de entretenimento
audiovisual continuou em crescimento no ano de 2018, totalizando uma receita de
U$ 96,8 bilhões — 9% maior do que os rendimentos de 2017. E esse crescimento do
setor foi levado principalmente pelo rápido aumento das plataformas de
streaming de vídeos, que atingiram a marca de 613 milhões de assinantes — um
crescimento de 27% quando comparado a 2017.
Esse valor é equivalente a toda a
arrecadação da indústria de cinema no mundo, e não leva em conta os valores
relativos arrecadados pelos canais de TV. E, apesar de o setor ter visto um
crescimento nas bilheterias tanto dentro dos Estados Unidos quanto no mercado
internacional, o que cresceu mesmo foram as vendas de conteúdos digitais, que
subiram 24% nos Estados Unidos e 34% globalmente, quando comparados com 2017, o
que mostra que cada vez mais pessoas preferem adquirir seus filmes pela
internet do que comprar cópias físicas (DVD e Blu-ray) dos mesmos.
O crescimento do setor digital foi
tanto que, pela primeira vez, o número de assinantes de serviços de streaming
online ultrapassou o número de assinantes de TV a cabo, que caiu 2% de 2017
para 2018, chegando ao número de 556 milhões.
Apesar disso, a TV a cabo ainda é
responsável pela maior parte das receitas do setor de televisão, com U$ 118
bilhões (U$ 6,2 bilhões a mais do que em 2017), seguida pela TV via satélite e,
apenas em terceiro lugar, pelos serviços de streaming.
E, se algumas pessoas falam que estamos
na “era de ouro” da TV, os números de receita comprovam esse fato: em 2014, a
relação de visualizações/transações (basicamente o quanto a TV arrecada com a
prática de propaganda durante seus programas) era de 71 bilhões para programas
televisivos (séries, reality shows, programas de auditório) e 5,4 bilhões para
filmes. Apenas quatro anos depois, esse número mais do que duplicou, chegando a
170,6 bilhões para programas televisivos e 11,5 bilhões para filmes.
Também é possível notar esse
crescimento da TV na própria quantidade de programas existentes: segundo dados
da FX networks Research, entre 2014 e 2018 o número de programas roteirizados
(séries tradicionais e novelas) subiu 28%, chegando ao número total de 496 no
fim de 2018. Caso sejam incluídos também séries não-roteirizados (reality
shows), programas infantis e de auditório, o número total de conteúdos
existentes na TV chega a 1.620 programas diferentes.
O crescimento acelerado dos serviços
de streaming não é uma surpresa, e a popularização de marcas como Netflix,
Amazon Prime Video, Hulu e CBS All Access pode atestar isso.
E essa é uma tendência que não deve diminuir em 2019, ano em que a Disney e
a Apple também irão entrar nesse mercado, o
que deve alavancar ainda mais o rápido crescimento do setor e aumentar ainda
mais o número de séries roteirizadas, já que ambos os serviços irão investir
pesado em produções próprias para seus catálogos.
Fonte: The Verge
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